Entrevista com Larry Nimmer - Parte final

Entrevista com Larry Nimmer - Parte final
Por Valmai Owens - 01 de junho de 2011

Pesquisado e traduzido por Alone exclusivamente para o MJ Dreamer

Valmai: Sim, nós sabemos que ele adorava ler, mas, obviamente, a promotoria estava procurando apenas um tipo de livro. Esse foi o foco por causa das alegações. Isso é o que eles estavam procurando, eles não estavam interessados nos 19.999 outros livros que não continham nada que pudesse ser interpretado como suspeito.

Larry: Exatamente! Eles foram muito injustos com Michael.

Valmai: Eles foram muito, muito injusto! Acusar Michael porque ele tinha um livro de arte que mostrava alguma nudez seria como acusar quem tem apreço pelo trabalho de mestres como Michelangelo e Bernini.

Larry: Exatamente, exatamente! Isso foi um golpe baixo, mas felizmente os jurados inocentaram Michael..

Eu fiquei um pouco receoso com o lançamento do meu documentário, pensei que talvez os magistrados pudessem vir atrás de mim porque, de certa forma, o documentário não mostrou Thomas Sneddon com boas intenções. Mas eles têm atuado profissionalmente e não me incomodaram.

Valmai: Bom saber disso. Você filmou fora do tribunal durante a audiência preliminar de Murray, assisti alguns dos vídeos que você fez. Qual foi a inspiração por trás deles?

Larry: Bem, em parte por diversão. Eu amo o circo de mídia e estar na mídia. É sempre um espírito divertido e também fascinante observar como são os outros meios de trabalho. Eu queria estar perto dos fãs, sair e ouvir histórias. Eu basicamente só queria ajudar alguém lá.

Quando o julgamento começar gostaria de reunir uma série de relatórios e eu estou procurando um meio de comunicação ou alguém relacionado a Michael Jackson que possa me ajudar. Eu estou realmente montando um pequeno vídeo agora e vou enviar para algumas pessoas para ver se alguém quer fazer um relatório diário ou semanal sobre o julgamento.

Então, pode se dizer que é um pouco de diversão e também para apoiar Michael, seu legado, sua família, os fãs, outras pessoas do meio e, eventualmente, fazer algum dinheiro também. Eu preciso ganhar a vida.

Valmai: Bem, você tem que manter isso em mente.

Larry: Sim, e eu estou muito feliz com a aceitação dos fãs quanto a isso. Eu sei que quando algumas pessoas relacionadas a Michael Jackson tentam fazer algo e ganhar dinheiro com isso alguns fãs não aceitam. Eu posso entender isso, mas por outro lado, você tem que pagar por suas despesas e se não estiver funcionando, você tem que achar alguma maneira de viver. Então, eu estou contente pela aceitação dos fãs em relação ao meu trabalho. Eu entendo, Michael acreditava no trabalho de caridade e de apoio, mas eu e outras pessoas também estamos tentando fazer isso.

Valmai: Qual é sua impressão sobre os fãs de Michael? Você acha que eles merecem o rótulo que lhes foi dado pela mídia de não-fãs?

Larry: Bem, eu gostaria que você me dissesse o que são esses rótulos, mas antes de você fazer isso eu gostaria de dizer que estou fascinado com os fãs. Eu acho que é maravilhoso ver como eles usam Michael como um exemplo de como viver e fazer com que sua mensagem seja espelhada. De certa forma, ele é como uma figura religiosa que as pessoas reverenciam e eu entendo isso. Houve outras figuras como presidente da os EUA, outros artistas que as pessoas realmente usam como exemplo.

Uma coisa que eu acho interessante e triste ao mesmo tempo é o fato de alguns grupos de fãs serem “rivais” de outros grupos de fãs. Eles discordam de outros grupos e entram em disputas e brigas, e eu vi algumas coisas desagradáveis . Mas, o que você disse mesmo sobre a forma de como os fãs são representados?

Valmai: Bem, eu li relatos de certos meios de comunicação e também em tópicos de discussão online, onde os fãs são rotulados como louco, quer dizer, cego pela sua devoção ao Michael, e incapaz de reconhecer os fatos, etc

Larry: Bem, isso é interessante e eu vejo um pouco disso, mas isso acontece para qualquer fã de qualquer assunto, para os democratas, para os republicanos e para Obama. Uma pessoa que se sente muito fortemente sobre algo se torna um pouco cega sobre os fatos e não olham para o lado.

Então, eu acho que acontece com os fãs de Michael Jackson, em qualquer segmento da sociedade e em qualquer cultura.

Valmai: Com esses rótulos e com a guerra nas comunidades muitas vezes fica difícil apresentar uma imagem melhor dos fãs em relação à mídia e ao público. Como representantes de Michael é importante ter uma imagem positiva, inteligente e madura perante o público.

Larry: Sim, é irônico que grande parte das comunidades de fãs tentam passar uma mensagem de paz, compreensão e tolerância quando algumas pessoas não são tolerantes com os outros dentro das comunidades. Mas, eu acho que são pelas razões que acabei de dizer. Eu acho que seria maravilhoso se fizessem algo para unir as comunidades de fãs. Quando fui para a audiência preliminar havia alguns grupos de fãs de campos opostos, e tentei fazer algo, tentei ser amigo de ambos, para ser uma ponte. Então, eu tento na minha própria maneira, mas eu não sei o que mais pode ser feito.

Parece-me que talvez uma razão para isso seja que alguns dos “guerreiros” são comunicadores não profissionais. Eles não fazem isso para viver, é um hobby. Eles não trabalham em grandes empresas e se trabalhassem seriam mais espertos sobre isso, se você faz algo precipitado as consequências são maiores. Então, eu entendo que essa é outra razão para isso acontecer. Por falar nisso, acho que o Michael Jackson Tribute Portrait é muito legal. Eu vi um monte de coisas positivas e é importante o que vocês estão fazendo.

Valmai: Bem, muito obrigado. Eu ia perguntar o que você pensava sobre isso, mas você chegou antes de mim.

Larry: Eu conheci Jerry Biederman no Beverly Hilton, na festa da família Jackson, e claro, o artista David Ilan e alguns dos outros funcionários. Jerry e David parecem muito profissionais e há algumas coisas muito positivas saindo do projeto Michael Jackson Tribute Portrait

Valmai: É maravilhoso ouvir isso. Estamos muito orgulhosos do Michael Jackson Tribute Portrait. Larry, a relação fenomenal entre Michael e seus fãs e vice-versa ainda é forte e ativa mesmo após dois anos de sua morte, você já pensou em fazer um documentário sobre a essa relação?

Larry: Bem, sim, eu já pensei nisso e eu gostaria de fazer.
The Untold Story of Neverland foi relativamente fácil de fazer porque todas as filmagens estavam aqui no meu escritório. Fiz algumas filmagens adicionais como uma entrevista com Tom Meserau e algumas recriações dramáticas, mas não foi assim um negócio tão grande. Passei o tempo fazendo isso sem ser pago e tive parte do dinheiro de volta mediante a sua venda na Amazon, mas se eu fosse fazer um novo documentário que seria muito demorado e eu não estaria assegurado quanto aos custos e possivelmente também correria alguns riscos legais eu não faria.

Quando o meu primeiro documentário saiu o espólio de Jackson me enviou uma carta pedindo para que eu desistisse e eu tive que colocar um advogado para resolver isso. Eu acho que eles não perceberam que o meu documentário foi positivo a Michael e ajudaria o seu legado.

Fico um pouco receoso em fazer um novo documentário no futuro e ter risco legal e financeiro. Mas, se eu fosse fazer algo, e eu tenho recolhido imagens, ido a eventos e fazendo entrevistas, eu gostaria de fazer algo relacionado à comunidade de fãs como quais aspectos da vida de Michael são apresentados através deles, sobre a filantropia de Michael ou outro assunto que me interessa bastante é o interesse de Michael na natureza infantil e como ele canalizou isso.

Então, eu possa um dia fazer outro documentário e vamos ver o que acontece.

Valmai: Larry, muito obrigado por fazer essa entrevista comigo. Gostei muito de conversar com você.

Larry: Obrigado por ligar. Foi uma boa entrevista, você fez um ótimo trabalho!