Entrevista com Jonathan Moffett - Parte Final

Entrevista com Jonathan Moffett - Parte Final

Por Valmai Owens, em 02 de março de 2011

Pesquisado por macario. Traduzido por Alone, exclusivamente para o MJ Dreamer. Proibida a reprodução.



Valmai: Jonathan, as pessoas falam de uma energia em torno de Michael, uma luz. Alguma vez você já sentiu isso?

Jonathan:Todo o tempo, cada vez que estive com ele. Isso é porque você sabe que está na presença da grandeza. Isso é porque você sabe que está na presença de alguém especial. Basta contar o número de fãs, de pessoas de todo o mundo que o amam. Ele é um homem amado por...A CNN disse que mais de um bilhão de pessoas choraram pela morte de Michael, pessoas de todas as áreas remotas do mundo, assim como todas as áreas conhecidas. Que outro ser humano pode tirar essa simpatia e muita tristeza por sua perda? Michael tinha algo especial, um brilho, e quando você estava presença dele todo o ambiente mudava.

As pessoas diziam: "Michael está vindo", e todo mundo ficava nervoso. Assim que tinham a visão dele, mesmo sabendo que ele estava apenas chegando, você sentia alguma coisa estranha, um formigamento. Só em vê-lo caminhar através da porta, era como se todas as moléculas de ar parassem e você pudesse toca-las com os dedos. É como se você pudesse ver a menor partícula; é como se você pudesse ver as moléculas de ar quando Michael entrava na sala. A estrutura molecular do ar mudava. E essa é a equação do que acontecia quando Michael chegava, e todos sentiam que ele sabia. Em seguida, suas atitudes e personalidades mudavam. As pessoas sempre dizem: "Há algo com ele. Quando ele chega eu fico nervoso. Eu sinto alguma coisa!" E eu sempre digo: "Eu sei, eu sei. Eu senti isso por 30 anos."

E ele era tão agradável, algo que só imaginando. Todos irradiam uma frequência diferente, e Michael teve o maior nível de energia, algo de outro mundo. Seu presente e seu espírito de humanidade eram tão poderoso, grande e profundo. Ele era um ser humano diferente da maioria de nós, de todos nós. Ele afetou a todos que estiveram ao seu redor, de líderes do mundo para pessoas normais, desde crianças a idosos. Cada pessoa que esteve em torno dele disse que sentiu algo.

E é por isso que as pessoas choravam. Elas simplesmente choravam. Eu estava no palco e via corpos passando pela multidão, como antigamente nos dias medievais quando as pessoas morriam de peste. Você via corpos levantados, braços e pernas caídos, cabeças balançando, havia um oceano de pessoas com os braços para cima passando esses corpos para frente até o portão. Havia um line-up lá de veículos de emergência...cinco, dez deles alinhados. Havia macas e triagens lá. As pessoas passavam esses corpos para frente um por um, às vezes uma multidão de corpos em movimento era passado para o resgate. Lá eles eram reanimados. Algumas pessoas estavam totalmente fora de si, inconsciente, e isso acontecia só de estar naquele estádio com Michael. Foi a coisa mais poderosa que já vi, e isso é só por um homem no centro do palco. Ele fez até mesmo os homens passarem mal, mulheres e homens. Isso é um poder e Michael sabia. Ele sabia que era dotado de algo especial, um propósito, unir o mundo e as pessoas.

Valmai: No filme This Is It, você fala de Michael ser enviado por Deus com um dom, enviado para nos ensinar a amar, como amar e como ser. O que você aprendeu com ele que você se lembra todo dia agora?

Jonathan: Que somos muito mais além de classificação e categoria, nós somos todos iguais. Michael tratava todos da mesma forma, não importava raça, religião e credo. Você o via em todo o mundo, com todas as nações, todas as pessoas, amigos, inimigos, ele era sempre o mesmo. Ele não parou de amar as pessoas especialmente as crianças. Ele ia até a nação dos nossos piores inimigos e ele amava as crianças e as visitava em hospitais.

E estas eram crianças que futuramente poderiam decidir atacar a América, ou outro lugar. Michael não via isso. Ele via a criança, o ser humano, a bênção da vida de Deus. Ele lhes dava dinheiro e podia até mesmo comprar um rim para essas pessoas, e ele não pensava nada sobre isso.

Seja qual fosse o custo, as pessoas têm se beneficiado do dom do Michael, desde as máquinas que mantêm vivas pessoas nos hospitais. O rim de uma criança, os transplantes que Michael pagava através de seu próprio bolso sem pedir nada em troca, a maioria das pessoas não sabem sobre isso até mesmo depois de sua morte, o quanto ele realmente fez. Ele não pediu nenhuma publicidade. Ele não estava no jornal. Esse foi um dos seus critérios, ninguém sabia. Ele não queria isso por publicidade, porque ele fazia isso de coração.

As pessoas dizem que Michael estava quebrado que ele tinha 300-400 milhões de dívidas, mas agora sabemos que Michael foi um dos maiores, se não o maior filantropo que já viveu, e ele tinha dado algo mais de 300 milhões de dólares de seu próprio dinheiro para quem precisava. É a mesma quantidade que dizem que ele estava em dívida. Michael ajudou muitas pessoas que ele nem sequer conhecia, tirando sua bondade, generosidade e amor.

Eu sou assim, fui criado assim também. Eu vejo a transparência, eu posso ver através, porque eu vejo o coração, o espírito. Essa é outra maneira que Michael e eu estávamos ligados. Reconhecemos as mesmas coisas nas pessoas. Nós dois adoramos crianças. Elas são o mais próximo de Deus, especialmente em um recém-nascido. Isso é o mais próximo que vamos chegar a ver Deus e estar com Deus. Assim, Michael foi da mesma maneira. Nós sabíamos que, mesmo sem falar, sabíamos que tínhamos o mesmo modo de pensar.

Isso é uma das coisas que aprendi. Eu estou no caminho certo por ser aberto de espírito. Michael provou que funciona e isso pode fazer a diferença. Pode unir uma multidão de pessoas, porque ele fez isso. Ele provou desinteressadamente. Então eu aprendi que é possível, porque Michael provou isso.

Valmai: Você acha que Michael usou sua música como uma forma de enviar mensagens?

Jonathan: Claro que sim. É evidente em suas músicas. Quero dizer, ele fez algumas músicas agitadas também, mas muito de suas músicas possuem mensagens, e as pessoas apreciam isso. Elas querem ouvir isso, a preocupação sobre o amor e união. Muitas vezes as pessoas evitam a música porque se sentem como se estivessem na igreja. Nós não queremos ouvir isso. Michael tinha uma forma e tal natureza que as pessoas queriam ouvi-lo e ouvi-lo. Isso não soa como um sermão ou pregação. Eles estão curiosos querem ver a visão dele.

Ele era um profeta, um profeta moderno. Como eu disse, ele foi enviado por Deus para iluminar, assim como os profetas dos tempos antigos. Muitas pessoas não reconhecem isso porque ele é diferente, já que ele é um artista e ele foi enviado dessa forma, então muita gente esquece a profecia que ele estava ensinando. Seus ensinamentos de amor e preocupação você pode ouvir em canções como "Earth Song", e outras canções que ele pregava preocupação com o planeta, com as pessoas e com a humanidade. Acho que ele é um ser humano maravilhoso. Acho que ele é uma lição para todo mundo aprender, um modelo de luz, a luz de preocupação e carinho um pelo outro. Claro que o mundo seria melhor se todos agissem dessa maneira.

Valmai: Eu sei, seria, não seria? É por isso que eu acho que é tão importante continuar o legado que ele deixou para nós.

Jonathan: Exatamente! Eu concordo.

Valmai: O que você gostaria que uma geração daqui a 100 anos soubesse sobre o Michael?

Jonathan: Que ele era um homem de poder, de poder positivo que reuniu as pessoas no tempo em que ele viveu. Ele trouxe pessoas de todas as esferas da vida, todas as nacionalidades e como eu disse, amigos e inimigos. Ele estava curando o espírito, porque ele curou muita gente com sua música e com o seu espírito. Crianças foram curadas milagrosamente depois de visitas do Michael, já me falaram isso. Michael deve ser lembrado por ser um dos seres humanos mais positivos e altruístas que já viveu. Ele não foi apenas um cantor e dançarino.

Valmai: Então Jonathan, quais são seus planos para o futuro? Você está trabalhando em algo no momento?

Jonathan: Sim, eu estou trabalhando com o grupo Cameo, a banda funk. Eu trabalho com eles desde 82. Eles me deixaram ir trabalhar com Madonna ou Michael. Eles disseram que não queriam me impedir de crescer, mas meu lugar estaria sempre lá. "Quando você puder voltar seu lugar estará disponível." Então, já que Michael se foi eu voltei a trabalhar com eles. Deixei-os para fazer “This Is It” de Michael e depois mais tarde eu precisava de um tempinho de folga, você sabe, porque foi muito, eu não poderia trabalhar de imediato. Então, quando eu estava pronto liguei para eles e eu voltei, desde novembro de 2009 estou com eles.

Eu tenho trabalhado com Jermaine Jackson, ele queria fazer um show tributo a Michael. Eu trabalho com meu próprio show tributo, como eu mencionei. Eu sou baterista do Michael quero continuar a fazer como o Michael, a música, as faixas e falar sobre ele, e deixar que as pessoas conheçam a magia que ele e eu tivemos juntos, o carinho que ele tinha e para continuar a partilhar sua música. Não é como tê-lo lá, mas com as imagens e a voz, tocando para as pessoas, é quase como isso. É a melhor coisa, você sabe, não gosto de tocar com uma banda cover, eu nunca faria isso, e eu não iria querer fazer isso. Este é o mais perto que eu possa chegar a esse momento, e eu adoro fazê-lo, porque eu sempre amei tocar suas canções, sua música, ouvir a sua voz e brincar com ele. Então, eu estou fazendo isso e trabalhando com Cameo.

Há algo muito grande para o futuro. Eu só não posso falar sobre isso agora. Vai ser incrível e eu estive conversando com algumas pessoas sobre isso. Eu tenho a minha própria música, eu tenho um monte de músicas como as do Michael. Eu tenho músicas com mensagem e estou trabalhando em um álbum, um pouco como Marvin Gaye "What's Going On”, um álbum de mensagem que é muito comercial, mas ainda músicas com base no tema da vida e da humanidade, assim como canções do Michael.

Falando de outros projetos

Valmai: Jonathan, eu sou muito grato por essa entrevista, foi maravilhoso falar com você. Você me deu um insight de como Michael foi só de ouvir você falar e eu quero agradecê-lo muito.

Jonathan: Você é tão bem-vinda, tão bem-vinda. É ótimo falar sobre as coisas. Eu quero que o mundo sempre se lembre dele.

Fonte: MJTP Magazine