Entrevista com Jonathan Moffett : "MJ era um gênio além da genialidade"[Parte 1]

Por Valmai Owens, em 02 de março de 2011

Pesquisado por macario. Traduzido e editado por Femme, exclusivamente para o MJ Dreamer. Proibida a reprodução.




Valmai Owens:

Jonathan, você fez a sua primeira grande turnê com a família Jackson em 1979, e novamente em 1981, mas a maior delas foi a Victory Tour, em 1984. Como foi essa experiência pra você, pessoalmente?

Jonathan Moffett:

Foi absolutamente magnífico porque naquela época não haviam turnês dessa magnitude. Eles estavam tentando fazer algo sem precedentes na música e nos shows. Era a maior turnê que jamais feita. Foi absolutamente incrível, o tamanho do palco, o tamanho da produção. Eles tinham criaturas teatrais, era como a Broadway. A abertura do show reunia rock in roll, música pop e R & B música. Eles tinham um vídeo na frente do show, eles tinham todos os tipos de coisas.

Eles realmente puxaram os diferentes elementos em uma escala imensa, porque foi uma das poucas vezes em que artistas se apresentaram exclusivamente em estádios, então cada show foi em um grande estádio em algum lugar. O show era enorme, realmente muito grande. Nós não poderíamos trazê-lo para a Europa pelo mesmo custo. Era muito caro para trazer para a Europa ou para qualquer lugar no Exterior, por causa da magnitude do show, era muito grande. Era muito caro. Nós não iríamos fazer qualquer dinheiro.

Então, foi muito emocionante fazer algo em uma proporção que não havia sido feito antes, para fazer história fazendo essa turnê. Foi muito emocionante, e havia uma grande quantidade de elementos nele. O show foi realmente ótimo. Os novos álbuns foram promovidos; o álbum Thriller, o álbum Off The Wall, e os três grandes álbuns dos Jackson’s, então, em uma turnê nós promovemos três álbuns exclusivamente com grandes músicas. Foi realmente maravilhoso.


Valmai Owens:

Sim, eu gostaria de ter tido a oportunidade de vê-lo. Eu teria adorado.

Jonathan Moffett:

Bem, estão falando em lançá-lo em vídeo, DVD, agora. Eu ouvi um rumor, dizem que eles vão lançar esse, e também a History Tour, que é a última que Michael fez com eles em 96-97. Foi um show incrível!




Valmai Owens:

Você pode nos contar qual o momento mais memorável no palco, durante um show, um momento que se destaca, para você, de todos os outros?

Jonathan Moffett:

Bem, há realmente muitos momentos para escolher. É difícil escolher um. Há momentos incríveis durante toda a minha carreira dado o nome dos artistas com quem trabalhei. Quero dizer, você pode imaginar, houve alguns momentos fenomenais que eu tive com os artistas. Não há um único. Com alguns artistas há mais. Como com Michael, aconteceram alguns grandes. Com Madonna houve alguns incríveis. Com Elton John, houve momentos incríveis onde ele tinha tanta energia e intensidade no show, quando ele estava tocando piano solo. É difícil dizer que há um momento particular.

Toda vez que eu vi o Michael dançar, ele iria me deslumbrar com algo que eu nunca o tinha visto fazer antes, e eu sempre pensava que tinha visto tudo o que ele fez. Eu o observava, eu ficava de olho nele e ele faria um giro a mais do que eu pensava ser possível. Ele faria um moonwalk mais rápido e suave do que em qualquer outro momento que eu já tinha visto, ou ele estava simplesmente como uma máquina, como Terminator, como uma espécie irreal de ser humano ou um robô, sabe? Eu vi ele fazer algumas coisas surpreendentes, coisas deslumbrantes.

[Fala sobre outros momentos de outros grandes artistas]


Valmai Owens:

Jonathan, eu gostaria de fazer algumas perguntas sobre Michael, agora. Você trabalhou com ele por muitos anos depois que ele se tornou um artista solo. Como foi a turnê com ele? Há algumas experiências que você poderia compartilhar, talvez, que foram engraçadas ou tristes ou que se destacam, acima de todo o resto?

Jonathan Moffett:

Eu tenho que dizer que trabalhar com Michael foi incrível, absolutamente incrível! Isso não é um uso excessivo do termo e da palavra, porque ele era um gênio muitas vezes além da palavra genialidade. Michael era um verdadeiro gênio. Seus dons e seus talentos, sua dança e seu canto simplesmente demonstram que ele era um gênio, sabe? Todo mundo em todo o mundo estava apaixonado por ele. Seu som e seus movimentos, sua imagem, sua natureza, quer dizer, ele era apenas verdadeiramente, verdadeiramente talentoso e abençoado.

Trabalhar com ele, e observar e aprender com ele, um gênio, suas habilidades superiores, sua visão, seu ponto de vista, as suas capacidades e possibilidades. Foi brilhante para mim ter a oportunidade de trabalhar com Michael. Eu aprendi tremendamente com ele, trabalhando com ele, em como fazer as coisas da maneira certa, a perfeição, a meticulosidade, a dinâmica e em ser maior que a vida. Esse era um termo que ele sempre gostava de usar, "Tem que ser maior que a vida, e causar tal impressão nas pessoas que eles nunca irão esquecê-lo para o resto de suas vidas." Então, trabalhar com Michael foi simplesmente fenomenal.

Vê-lo dançar em cada show era como estar à procura de um novo planeta, uma nova galáxia e descobri-la, porque toda vez que você acha que conhece todos os seus movimentos, como eu mencionei anteriormente, ele faz algo que deslumbra você. E eu estou lá, eu deveria estar trabalhando, mas eu estou lá gritando e gritando: "Vai, Michael!" Eu era como o fã do outro lado do palco, mas era tão incrível quando ele fazia algo tão totalmente, totalmente surpreendente. Todas as noites eu me deparava com isso.

E sua voz era tão marcante e emocional e passional, muito além da maioria das pessoas. Há poucos cantores que têm uma grande paixão e emoção, Stevie é um deles, mas há uma quantidade muito, muito restrita de artistas que podem evocar tal emoção. Isso, junto com a dança, juntamente com as imagens e sua visão, que ele traz nos shows, é simplesmente incomparável.

E o melhor da tecnologia em seus shows, sua visão e criatividade como você vê em "This Is It", como montar um show e como fazer coisas inacreditáveis, por assim dizer, Michael tinha isso. Eu aprendi muito com ele e trabalhar com ele foi um dos maiores tesouros. Foi uma das maiores experiências da minha vida e carreira, trabalhar com o melhor absoluto do mundo. Foi simplesmente fantástico. Eu aprendi bastante como montar um show com performances e teatralidades e outras coisas.

Mas, um dos momentos especiais pode ser encontrados em um DVD. Eu acho que está no You Tube. Nós estávamos na Alemanha nas filmagens de uma transmissão ao vivo, e durante o show ele está falando um pouco, no meio do palco, entre as músicas. Um pequeno inseto entra em cena, uma joaninha ou algum tipo de besouro. Está no chão e ele o vê. Ele fica tão preocupado com este besouro e diz: "Espere, espere, espere, ainda há um besourinho no palco." E as pessoas começaram a rir. Ele disse: "Segurança, segurança ... venha pegar o besouro."

Então, as pessoas começaram a morrer de rir, mas ele não iria deixar o show continuar, porque ele tinha medo que pisassem no besouro. E as pessoas começaram a bater palmas, porque ele tinha esse tipo de preocupação. Algo tão simples como isso, tão cuidadoso e tão emocional, foi um grande momento, e um vislumbre de sua vida e de quem ele era. Ele pára uma grande produção, uma grande máquina de produção para proteger esse pequeno besouro para que ele não se machucasse com os dançarinos todos no palco. Então, esse foi um momento muito especial, eu acho, algo tão simples como isso, mas muito dinâmico, em que ele iria demonstrar tanta preocupação com uma pequena vida, isso foi muito especial. Isso é uma coisa que se destaca na mente enquanto parte do show. Sua atuação fala por si, mas, para além do desempenho, isso mostra o ser humano que ele era.

Valmai Owens:

Sim, e eu vi esse vídeo, eu vi isso no You Tube.

Jonathan Moffett:

Sim, foi um momento mágico.




Fonte: mjptmagazine