Michael diz que não queria fazer a turnê "Victory", por Robert Hilburn

Extrato da tradução de um artigo publicado em 31 de setembro de 1981, em Los Angeles Times.

Os Jacksons. Olá e adeus?
Por Robert Hilburn

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Detroit – Quando um grupo de pop começa com quatro singles no número um, só há um lugar para onde ir: para baixo.

Isso é o que se passou com os Jacksons. Traz um extraordinário começo em 1970, com êxitos como “ABC” e “ I want you back”, a carreira dos irmãos se turvou em meados dos anos 70, causando com que muitos profissionais da insdustria se esquecessem da ex-sensacão adolescente.

Mas os Jackson voltaram. O muito aclamado álbum solo de Michael, “Off the wall”, foi o disco mais vendido de 1980 e o álbum foi produzido pelos irmãos, “Triumph”, que saiu no final do ano passado, já é platina. O quinteto também fez um bom negócio com sua turnê de verão pelos Estados Unidos.

Tudo isso fará que os três shows com todas as entradas esgotadas em Los Angeles, no Inglewood Forum se convertão em eventos a celebrar. Mas os concertos também poderão ter uma parte não boa. Poderão ser concertos de despedida do grupo.

“Esta é minha última turnê”disse o cantor Michael Jackson, de 23 anos, durante o caminho a Detroit no ônibus, desde St. Louis, onde os irmãos haviam atuado na noite anterior. “Encantam-me o cenário, mas não gosto de outras coisas que vêm com esta turnê. Nem sequer queria fazer esta turnê. Ia ser cancelada, só não foi porque queríamos conseguir benefícios para as crianças de Atlanta”.

"Creio que é importante crescer e já levei demasiado tempo fazendo isto. Às vezes, me sinto como se tivesse 70 anos. Já demos voltas no mundo, atuando ante Reis e Embaixadores. É o momento de dar um passo adiante. Todavia, quero gravar discos, mas também fazer cinema. Assim é como quero passar minha vida nos próximos anos”.

Normalmente há uma grande separação entre a vida privada e a pública de um artista, mas rara vezes é tão pronunciada como no caso de Michael. É como se o cantor utilizasse o cenário, para soltar a tensão, que acumulou em sua vida privada, exorcizando a dolorosa timidez, com a energia ilimitada e a voz maravilhosamente expressiva, que caracterizam seus impressionantes concertos.

Já que Michael é considerado a força motriz dos Jacksons, a decisão poderá ter um grande impacto no futuro de seus irmãos. Ainda que eles, também, pareçam ansiosos por explorar novas áreas. Cada um quer escrever e produzir. Jackie, de 30 anos, também está interessado em trilhas sonoras de filmes; Tito, de 27, quer voltar a estudar, para ter um título em música; Marlon, de 24, também quer ser ator. Randy, de 19, quer trabalhar num disco solo, para quando acabar esses projetos. Michael poderá ter mudado de opinião sobre sair de turnê e a equipe voltaria à carreira. Desde David Bowie a Elton Jhon a Frank Sinatra, a maioria de saídas, para carreira solo duram pouco. (...)