"A noite em que eu toquei piano para Michael Jackson"

Por Mona Lisa Mouallem, em 26 de junho de 2009

Traduzido por Femme exclusivamente para o MJ Dreamer. Proibida a reprodução, em respeito aos direitos autorais.



[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]


Eu sou uma grande amante da música. Como tantas pessoas ao redor do planeta, a trilha sonora da minha infância foi composta em boa parte das gravações de Michael Jackson. Meu irmão Joe e eu dançamos Thriller por horas a fio na nossa sala. Eu entendi, em uma idade muito jovem, quão talentoso Michael era e enquanto eu crescia eu assisti Michael continuar a inspirar milhões de pessoas em todos os cantos do planeta com sua música incomparável, seu estilo e sua mensagem.

Portanto, se as pessoas me perguntassem: "Qual o maior momento de sua vida até agora?" ... eu não hesitaria um instante: foi a noite que eu passei tocando piano para Michael Jackson.

Deixe-me retroceder um pouquinho. Michael e meu pai ficaram amigos quando ele se mudou para New York em 2001 para gravar seu álbum, Invincible. Embora eu conheça bem as muitas controvérsias que rondaram a vida de Michael Jackson, elas não tinham influência sobre as noites em que a minha família e eu passamos com ele. Minha família teve a sorte de conhecê-lo e suas lindas, adoráveis crianças, longe do flash das câmeras e dos cânticos dos fãs.

Então, estávamos terminando uma refeição caseira no apartamento de meus pais, e Michael, que sabia que eu tinha tocado piano desde que eu era criança, me pediu para tocar uma peça para ele. É claro que eu disse que sim e, claro, tudo parecia tão surreal. Sentei-me ao piano e pensei: "Como na Terra se faz para entreter Michael Jackson? O que eu poderia tocar para ele?" Eu escolhi uma peça de Debussy - Deux Arabesques. Foram os mais longos quatro minutos da minha vida, o artista mais famoso no mundo me ouvindo atentamente com os olhos fechados. Quando terminei a peça, eu olhei para ele para ver sua reação. Meu coração estava DISPARADO. Minhas mãos estavam visivelmente tremendo. Seus olhos ainda estavam fechados. Ele ficou em silêncio. Ele então abriu os olhos e disse com enorme humildade e uma sinceridade profunda que ainda ressoa em meus ouvidos até hoje: "Mona, obrigado por isso. Obrigado, obrigado, obrigado."

Foi nesse momento que eu entendi como este homem era único. Ele, o "Rei do Pop", estava sentado na mesma sala onde o meu irmão e eu tínhamos dançado com seus vídeos de música na nossa infância. E lá estava ele, ouvindo-me tocar com a mesma atenção que ele teria dado a um pianista de concerto. E ele ouviu, durante todo o tempo brincando suavemente com o cabelo de sua filha Paris, certificando-se que ela e seu irmão, Prince Michael, estavam ouvindo também. Foi a primeira, uma forte indicação de uma verdade que seria reforçada por outros momentos com Michael. Com toda a fama e fortuna que ele tinha acumulado, com toda a influência que ele teve na indústria, no final do dia, o que lhe importava eram os próprios fundamentos da vida. Ele era bondoso, amoroso e incrivelmente modesto. Ele simplesmente adorava seus filhos e era zeloso sobre criá-los como boas almas. Ele tinha um imenso respeito e amor por todos os tipos de música - pop, rock, clássica, jazz - independentemente de quem estava tocando e onde. E ele estava genuinamente interessado na vida dos outros, e de bom grado dava um passo para trás para deixá-los brilhar, mesmo que fosse por apenas quatro minutos.

É realmente difícil imaginar como a indústria da música seria se ele nunca tivesse existido. E é igualmente difícil imaginar o que está por vir, agora que ele não está mais entre nós. Mas o que eu posso dizer é que o mundo nunca mais será o mesmo sem o grande dom da sua voz, sua musicalidade e sua presença inconfundível. Então, em nome de todos aqueles que te conheciam pessoalmente ou através de sua música incrível: obrigada, Michael. Obrigada, obrigada, obrigada.

Agradeço ao meu irmão Joe por sua ajuda na transmissão dessas memórias. Nós ainda podemos dançar ao som de MJ na sala.