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"Eu sou a besta que você visualizou?" O Abuso Cultural de Michael Jackson

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"Eu sou a besta que você visualizou?" O Abuso Cultural de Michael Jackson Empty "Eu sou a besta que você visualizou?" O Abuso Cultural de Michael Jackson

Mensagem por Femme Dom 26 Fev 2012, 20:58


"Eu sou a besta que você visualizou?" O Abuso Cultural de Michael Jackson

Por Joe Vogel, em 02 de novembro de 2011

Traduzido por Femme, exclusivamente para o MJ Dreamer. Proibido a reprodução.



Ouvimos o mesmo ponto repetidas vezes nas últimas semanas: Não é Michael Jackson que está atualmente em julgamento, é o Dr. Conrad Murray. Mas, é claro, sabemos qual é a realidade. Este é o "Julgamento da Morte de Michael Jackson". Ele é, como ele sempre foi, o evento principal, o espetáculo tentador. É Michael Jackson que está sob o microscópio enquanto nós nos intrometemos, mais uma vez, através de sua casa, seus registros médicos, seu corpo. E embora o público em geral seja muito mais simpático agora que Jackson já morreu, ele continua sendo objeto de exame infindável e de julgamento.

Será que nada disso importa agora que o próprio homem não pode sentir o abuso? Deveria a pessoa comum ainda se importar se uma "celebridade" como Jackson é tratada com indiferença ou descaso? Projetos como Vozes, cuja série "Palavras e Violência" destaca a trajetória preocupante do nosso discurso social, diz que sim. As palavras são importantes. Não importa o alvo. As palavras, como temos testemunhado com a recente atenção sobre bullying e suicídios da juventude, podem levar a fins trágicos devastadoramente.

Elas podem também ser utilizados para inspirar e curar.

Michael Jackson sabia disso. Em 1988, ele se tornou amigo da vítima da AIDS Ryan White, um jovem forçado a sair de sua escola em Kokomo, Indiana por causa de incessantes agressões verbais e ameaças de violência. Jackson, disse White, o fez se sentir normal. "[Michael] não se importava com qual a sua rça, de que cor você era, qual era sua desvantagem, qual era a sua doença", lembrou a mãe de Ryan White, Jeanne. "[Ele] simplesmente amava todas as crianças."

White é um dos milhares de "outsiders" a quem Jackson estendeu a mão, fez amizade e tratou com carinho. Ele se identificava com eles. Ele compreendia sua dor e solidão. Ele sentia empatia por sua luta para viver em um mundo que se recusava a aceitá-los por quem eles eram, seja por motivo de doença, aparência física, raça, orientação sexual ou alguma outra razão.

Mesmo quando menino, Jackson possuía essa sensibilidade. Ouça a música "Ben". Há dor e compaixão genuína na entrega de Jackson ("Eles não vêem você como eu / Eu gostaria que eles tentassem"). A canção pode ser vista como uma das primeiras demonstrações artísticas de Jackson feitas em nome dos marginalizados e incompreendidos. Muitas mais se seguiriam.

O papel de Jackson como outsider pode ter começado na infância (já que nunca houve um momento em que Jackson se sentia "normal" e nunca uma vez em que ele foi percebido como tal). No entanto, a intensidade e a hostilidade causadas pela sua diferença cresceram ao longo do tempo. Em seu ensaio de 1996, "The Celebrity Freak: Michael Jackson's Grotesque Glory," David Yuan argumentou que Michael Jackson era o "freak" definidor de nossa época. Nenhuma outra figura pública no mundo evocou o mesmo nível de ridicularização, escrutínio e hiper-interrogatório. Já em 1985, Jackson estava sendo rotulado de "Wacko Jacko" pelos tablóides, um termo que ele desprezava (tão recentemente, este ano, algumas organizações noticiosas tradicionais continuaram a se referir a ele como "Jacko"). Na imprensa, ele foi frequentemente descrito como "bizarro", "estranho" e "excêntrico". Na verdade, havia muito pouco que ele disse ou fez a partir de meados dos anos 1980 que não foi descrito nestes termos pelos meios de comunicação.

Jackson foi ridicularizado incessantemente pela sua doença de pele, o vitiligo, que a maioria das pessoas não acreditava que era real até que foi confirmada definitivamente em sua autópsia. Ele foi ridicularizado por seu amor pelos animais, por seu amor pelas crianças, por seu amor pelo planeta. Ele foi ridicularizado por seus casamentos, por seus três filhos, por sua casa Neverland. Ele foi ridicularizado por sua sexualidade, sua voz, seu comportamento infantil. Mesmo críticas sobre sua música não podiam resistir a encher a maioria do espaço com pseudo-psicanálise e agressões ad hominem [argumento com que se procura confundir o adversário, opondo-lhe seus próprios atos e palavras]. Pode haver qualquer dúvida de que este tratamento por parte dos meios de comunicação e cultura em geral era abusivo?

Certamente, a vítima desses ataques desumanizantes se sentiu assim. Ouça as letras de suas canções. Em "Tabloid Junkie", ele descreve os meios de comunicação como "parasitas" sugando a vida dele, enquanto drogam/ distraem o público em geral com uma dose constante de sensacionalismo. Em "Stranger in Moscow", ele é um artista no exílio, usado e cuspido por seu país natal. "Eu estou vagando na chuva", ele canta o papel de um vagabundo solitário, "Máscara de vida / Sentimento insano."

Em "Scream", ele está tão cansado de ser intimidado, ele pede: "Oh, irmão, por favor, tenha piedade porque eu não posso suportar isso." A canção, no entanto, também serve como um veículo de força e determinação ("Chutando-me pra baixo / eu tenho que me levantar"). Michael e sua irmã Janet oferecem um contragolpe feroz para um sistema que legitimamente vêem como corrupto e injusto. "Você está vendendo almas para fora'", Janet canta em um verso, "mas eu me preocupo com a minha." É uma música desafiante sobre a crueldade levantada, mesmo quando a dor e indignação é tão profunda que só pode ser expressa em um grito gutural.

Em várias canções, Jackson usa a música como uma convocação para outras pessoas que foram maltratadas. Em "They Don't Care About Us", ele testemunha por marginalizados e humilhados. "Diga-me o que aconteceu com os meus direitos", ele canta: "Eu sou invisível porque você me ignora?" "Little Susie" chama a atenção para a situação dos negligenciados e abandonados, contando a história de uma menina cujos dons passam despercebidos até que ela é encontrada morta no fundo das escadas em sua casa ("Levante-a com cuidado," Jackson canta , "Oh, o sangue em seus cabelos"), "Earth Song" oferece uma lamentação épica em nome do planeta e seus habitantes mais vulneráveis ​​(representado por gritos apaixonados do coro: "E quanto a nós?!"). Através de canções (bem como através de sua vida e personalidade), Jackson tornou-se uma espécie de representante mundial do "Outro".

Os meios de comunicação, no entanto, nunca tiveram muita consideração pela alteridade de Jackson, assim como deu pouca atenção para os 'outros' de que ele falava em suas canções. Em vez disso, eles encontraram uma narrativa que era simples e rentável - Jackson como "freak" excêntrico - e o prenderam a ele por quase três décadas, gradualmente elevando as apostas.

Talvez a resposta mais convincente de Jackson para a percepção pública que dele resultou vem em seu trio de canções góticas finais: "Ghosts", "Is It Scary", e "Threatened". É aqui que Jackson mantém um espelho para a sociedade que zomba dele e lhe pede para olhar para o seu próprio reflexo grotesco. "É assustador para você!" ele exige. As músicas e suas respectivas representações visuais não são apenas profundamente auto-conscientes, elas demonstram uma compreensão perspicaz das forças tóxicas que o rodeiam e assombram.

No curta-metragem, Ghosts, o prefeito do Vale do Normal (uma figura conservadora de autoridade inspirada, em parte, pelo promotor de Santa Barbara, Tom Sneddon) insulta o personagem de Jackson: "Menino esquisito! Anormal! Aberração de circo!" Curiosamente, é o próprio Jackson (disfarçado como o prefeito), que oferece estas palavras, e é possível sentir a forma como elas foram internalizadas. Estes são insultos destinados a marcar, marginalizar e humilhar (o que foi, finalmente, o propósito da caça às bruxas de 1993 e 2005). Para o prefeito, a presença de Jackson na comunidade é intolerável. Não é que Jackson tenha feito algum mal, é simplesmente que ele é diferente e essa diferença está ameaçando.

Em tais expressões artísticas, Jackson reconhece claramente o que está sendo feito a ele. Ele está sendo definido por forças externas. Ele é um fantasma que eles construíram em suas próprias mentes. Como ele canta em "Is It Scary", "Se você quer ver / esquisitices excêntricas, eu serei grotesco diante de seus olhos." Ele vai ser grotesco, em outras palavras, porque é isso que o público "quer ver". É como eles foram condicionados a ver. Mais tarde, na canção, ele antecipa as reações de seu público, perguntando: "Eu estou divertindo você / Ou apenas confundindo você? / Eu sou a besta que você visualizou?" Será que ele se tornou algo menos que humano? Por que isso? É sua aparência física? Sua identidade ambígua? Sua história de vida incomum? Não há dúvida de Michael Jackson foi diferente. A questão é por que essa diferença incitou tal abuso e menosprezo fervoroso.

Uma das qualidades notáveis ​​da vida e do trabalho de Jackson, porém, é que ele se recusa a comprometer a sua "diferença". Ele nunca se torna "normal", como o termo é representado por, digamos, o prefeito de Vale do Normal. Ele não se conforma com as expectativas. Ao contrário, ele é fiel a si mesmo e ostenta sua identidade única, multifacetada, para a frustração de quem gostaria que ele coubesse em mais caixas previsíveis. Suas diferenças, como observa Susan Fast, eram "impenetráveis, incontroláveis, e elas criaram uma enorme ansiedade. Por favor, seja negro, Michael, ou branco, ou gay ou hetero, pai ou mãe, pai para crianças, não uma criança você mesmo, de modo que pelo menos saberemos como direcionar nossa (in)tolerância liberal. E tente não confundir todos os códigos ao mesmo tempo."

Mesmo mais de dois anos após a sua morte trágica, ao que parece, muitas pessoas não sabem o que fazer de Michael Jackson. Ele é reduzido, portanto, a rótulos fáceis como "viciado em drogas." Uma imagem de seu corpo sem vida é insensivelmente estampada em sites de notícias. É um comportamento cruel, abusivo, que aparece como "normal". Talvez por isso, Jackson escolheu a forma do gótico para lutar. Era uma maneira de virar a mesa, para representar simbolicamente o mundo como ele muitas vezes o sentiu: monstruoso e grotesco. Suas "histórias de terror" certamente não se destinavam apenas a divertir.

"Freaks são chamados de loucos", observou o autor James Baldwin, "e são tratados como eles são tratados - no principal, abominavelmente - porque eles são seres humanos que fazem ecoar, profundamente, dentro de nós, nossos terrores e desejos mais profundos. "No caso de Jackson, os "terrores e desejos" eram múltiplos, incluindo raça, sexualidade, dinheiro e poder. No entanto, tanto quanto Jackson tornou-se o ímã simbólico no qual muitas dessas ansiedades culturais foram projetadas, ele também era uma pessoa real tentando viver sua vida. No fim de "Is It Scary", explica, "Eu não sou apenas o que você procura de mim", antes de revelar ao ouvinte compassivo: "Mas se você veio para ver / A verdade, a pureza / Está aqui dentro de um coração solitário / Então vamos começar a performance!"

Ironicamente, é na "performance" de sua arte que encontramos "a verdade, a pureza." É aqui que ele exorciza seus demônios, onde sua angústia é transfundida em energia criativa. Este é o lugar onde as paredes descem e a máscara cai. Para o mundo exterior, ele pode ser um espetáculo, uma caricatura, uma aberração, mas aqui, finalmente, dentro de sua música, ele descobre sua alma. Ele é um ser humano.

A questão é: O que nós vemos?


* Este artigo está publicado no Vozes: Projeto de Educação como parte da série "Palavras e Violência" .


Fonte: The Huffington Post
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Mensagem por Rosy Jack Dom 26 Fev 2012, 21:45

Afe Maria, que texto inteligente e completo. Eu não preciso falar nada porque ele diz tudo. Eu só espero que ele tenha tido uma grande visualização.
Vou salvar e ler várias e várias vezes. Sou fã do Joe! [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
Obg. femme, imagino o prazer que vç teve traduzindo-o!
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Mensagem por Tay Dom 26 Fev 2012, 21:46

Femme, este texto é incrível... como tantos outros de Joe Vogel!!!
Eu já tinha lido em outro fórum e até tinha publicado em meu blog (que está desativado agora)... mas sempre é muito bom reler!

Sem comentários! Esse texto é muito bom mesmo!
Obg. por compartilhar!
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Mensagem por Femme Dom 26 Fev 2012, 21:49


Nossa, Rosy, eu ADOREI esta análise do Joe Vogel! Ela é tão completa, tão instigante e tão verdadeira que, apesar de imensa, você nem sente o tempo passar.

Joe foi de uma precisão, de uma sensibilidade tão aguçada, que realmente vale a pena ler e reler. Afe, também fiquei sem palavras!..rs.. Vou reler algumas vezes e só comentarei mesmo, posteriormente. Agora, não dá. Ele disse tudo.
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Mensagem por Janinha Dom 26 Fev 2012, 22:13

Eu também já tinha lido,mas nem me lembro mais onde foi...
Só sei que usei o google tradutor e claro agora está mil vezes melhor. Smile
O texto deixa a gente até sem palavras...maravilhoso e muito profundo!

Obrigada Femme!

E sobre esse projeto...Vozes,Projeto de Educação,eu sempre vou lá na página deles no facebook dá uma olhada,tem muita coisa interessante,mas acho que não foi lá que li esse texto incrível.
Para quem quiser dar uma olhada...
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Mensagem por MJElaine Dom 26 Fev 2012, 22:38

Realmente não há mais o que dizer, pois o fantástico Joe disse tudo. Eu só gostaria de enfatizar a importância deste parágrafo:

Uma das qualidades notáveis ​​da vida e do trabalho de Jackson, porém, é que ele se recusa a comprometer a sua "diferença". Ele nunca se torna "normal", como o termo é representado por, digamos, o prefeito de Vale do Normal. Ele não se conforma com as expectativas. Ao contrário, ele é fiel a si mesmo e ostenta sua identidade única, multifacetada, para a frustração de quem gostaria que ele coubesse em mais caixas previsíveis. Suas diferenças, como observa Susan Fast, eram "impenetráveis, incontroláveis, e elas criaram uma enorme ansiedade. Por favor, seja negro, Michael, ou branco, ou gay ou hetero, pai ou mãe, pai para crianças, não uma criança você mesmo, de modo que pelo menos saberemos como direcionar nossa (in)tolerância liberal. E tente não confundir todos os códigos ao mesmo tempo."

Maravilhoso!!!! Michael foi fortemente determinado em manter a sua essência, por isso ele será sempre um exemplo de vida.

Joe como sempre dando um show !!!!!
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Mensagem por JuJu Jackson Love Forever Dom 26 Fev 2012, 22:41

Sempre gosto da palavras de Joe Vogel, amei tudo o que ele disse sobre Michael, e concordo plenamente com tudo o que ele disse......
E também concordo com o que ele disse sobre os Tablóides, que sempre invetavam coisas para sujar, denegrir e destruir a imagem de Michael.... E sempre tinham os idiotas que acreditavam, é triste dizer isso, mais parece que todos os Jornais e Tablóides tentavam envenenar e jogar todos contra Michael.... principalmente inventando coisas sobre seu estilo, personalidade, cor, sexualidade e seu amor por plantas,animais, crianças e pelo Mundo, o que ninguém percebe é que Michael estava certíssimo, independente de tudo Michael é um anjo e eu vou amá-lo para sempre!!!!!!!!!!!
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Mensagem por ana claudia Seg 27 Fev 2012, 07:46

Maravilhoso...
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Mensagem por mjtudibom Seg 27 Fev 2012, 18:05

Os textos do Joe Vogel são realmente incríveis! Esse é mais um que nos deixa boqueabertos, tamanha a profundidade com que ele retrata Michael. Emocionante!

Uma das qualidades notáveis ​​da vida e do trabalho de Jackson, porém, é que ele se recusa a comprometer a sua "diferença". Ele nunca se torna "normal", como o termo é representado por, digamos, o prefeito de Vale do Normal. Ele não se conforma com as expectativas. Ao contrário, ele é fiel a si mesmo e ostenta sua identidade única, multifacetada, para a frustração de quem gostaria que ele coubesse em mais caixas previsíveis. Suas diferenças, como observa Susan Fast, eram "impenetráveis, incontroláveis, e elas criaram uma enorme ansiedade. Por favor, seja negro, Michael, ou branco, ou gay ou hetero, pai ou mãe, pai para crianças, não uma criança você mesmo, de modo que pelo menos saberemos como direcionar nossa (in)tolerância liberal. E tente não confundir todos os códigos ao mesmo tempo."
Também destaco esse parágrafo porque uma das coisas que mais admiro em Michael é que ele jamais deixou de ser quem era para agradar a ninguém. Ele foi chamado de gay, acusado de racista, etc... e não correu pra provar que eram mentiras. Ele simplesmente foi quem queria ser. reverência

Obrigada, Femme!
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Mensagem por Femme Seg 27 Fev 2012, 20:15


O artigo inteiro é excelente. Merece comentários em cada trecho. Mas eu queria comentar este trecho:
Talvez a resposta mais convincente de Jackson para a percepção pública que dele resultou vem em seu trio de canções góticas finais: "Ghosts", "Is It Scary", e "Threatened". É aqui que Jackson mantém um espelho para a sociedade que zomba dele e lhe pede para olhar para o seu próprio reflexo grotesco. "É assustador para você!" ele exige.As músicas e suas respectivas representações visuais não são apenas profundamente auto-conscientes, elas demonstram uma compreensão perspicaz das forças tóxicas que o rodeiam e assombram.
Aqui, Joe Vogel expõe como Michael denuncia o narcisismo da sociedade, do qual, ironicamente, foi tantas vezes acusado. MJ consegue enxergar para além do espelho, e perceber como as pessoas se assustam com seu próprio reflexo, enquanto acreditam, tolamente, estar enxergando a ele. Michael estava sempre um passo além de qualquer um.

Como ele canta em "Is It Scary", "Se você quer ver / esquisitices excêntricas, eu serei grotesco diante de seus olhos." Ele vai ser grotesco, em outras palavras, porque é isso que o público "quer ver". É como eles foram condicionados a ver. Mais tarde, na canção, ele antecipa as reações de seu público, perguntando: "Eu estou divertindo você / Ou apenas confundindo você? / Eu sou a besta que você visualizou?"
Imagino a angústia e a frustração de MJ, jogando estas "pérolas aos porcos", incapazes de ver e reconhecer um tesouro, incapazes de superar sua prórpia mediocridade e alcançar sua genialidade e profundidade.

"Eu estou divertindo você / Ou apenas confundindo você? / Eu sou a besta que você visualizou?"
Caramba. O que dizer depois disso? Como puderam ser tão cegos?

No final, tudo me remeteu aos versos da canção "Vincent" que o Mick Garris (diretor de Ghosts) disse lembrar tanto Michael.

"Agora eu entendo o que você tentou me dizer
E o quanto você sofreu pela sua lucidez
E como você tentou libertá-los
Eles não ouviram, não sabiam como
Talvez agora ouçam...
(...)
Mas eu poderia ter te dito
Este mundo não foi feito para alguém tão bonito quanto você"


Ah, Michael, este mundo não foi feito mesmo para alguém tão bonito quanto você... chorando


Aqui está o vídeo, para quem quiser rever:



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Mensagem por Rê Jackson Ter 28 Fev 2012, 00:39

Uma das qualidades notáveis ​​da vida e do trabalho de Jackson, porém, é que ele se recusa a comprometer a sua "diferença". Ele nunca se torna "normal", como o termo é representado por, digamos, o prefeito de Vale do Normal. Ele não se conforma com as expectativas. Ao contrário, ele é fiel a si mesmo e ostenta sua identidade única, multifacetada, para a frustração de quem gostaria que ele coubesse em mais caixas previsíveis. Suas diferenças, como observa Susan Fast, eram "impenetráveis, incontroláveis, e elas criaram uma enorme ansiedade. Por favor, seja negro, Michael, ou branco, ou gay ou hetero, pai ou mãe, pai para crianças, não uma criança você mesmo, de modo que pelo menos saberemos como direcionar nossa (in)tolerância liberal. E tente não confundir todos os códigos ao mesmo tempo."
Tb destaco este parágrafo porque tb sempre admirei muito o Michael por ele nunca ter deixado que pessoa alguma o influenciasse. Ele fazia o que ele queria fazer e ponto.
Quantos neste mundo teriam forças para ser assim por uma vida inteira? Acho que ninguém, só o Michael mesmo.
Por isso que Michael Jackson é único!!!
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"Eu sou a besta que você visualizou?" O Abuso Cultural de Michael Jackson Empty Re: "Eu sou a besta que você visualizou?" O Abuso Cultural de Michael Jackson

Mensagem por Janinha Ter 28 Fev 2012, 14:09

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
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