Legado Michael Jackson: As Mentiras Que Se Ligam - [Parte 2]

Legado Michael Jackson: As Mentiras Que Se Ligam - Parte 2

Por Deborah French, em 1º de maio de 2011

Pesquisado por Pat_Marcel.
Traduzido por Femme, exclusivamente para o MJ Dreamer. Proibida a reprodução.
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Ao fazer referência a Diana como uma 'Princesa do Povo" perante uma audiência de milhões, Michael declarou o óbvio: que após sua morte, Diana estava - na verdade - ainda mais presente. Simbolicamente também, já que Jackson é conhecido em todo o mundo como o 'Rei do Pop", declarando o seu senso de empatia com Diana e suas lutas, Michael expressou em palavras a ressonância e a conexão que ele sentia com Diana que, de fato, existe em vários níveis. Muitas celebridades fazem boas obras, apoiar uma instituição de caridade é obrigatório para qualquer relações públicas de estrelas mais experiente. O que tornou Michael e Diana tão diferentes foi o jeito que doaram aos outros, o sentido primordial deles fazerem isso de um lugar de serviço solidário, não por obrigação ou porque seria "boa aparência". As semelhanças não param por aí. Michael e Diana não encontraram apenas mortes prematuras - mas violentas. Um deles, resultado de uma perseguição em alta velocidade pelas ruas de Paris por paparazzis em motos, o outro, nas mãos de uma prima facie [à primeira vista] negligência aguda de um médico tratando seus pacientes com medicamentos inapropriados para alívio de insônia crônica. A dor causada por essas duas mortes foi agravada pela certeza de que ambas eram esmagadoramente desnecessárias.

Só o mais imperceptível negaria que a insônia de Jackson foi, sem dúvida, o resultado de uma vida maciçamente traumatizada. Mesmo para alguém acostumado a viver sob o brilho da fama über [máxima], o nível de estresse, o abuso e a crueldade com que Jackson teve que lidar, foi muito além do que qualquer indivíduo saudável poderia esperar ter que lidar. Na verdade, existe um argumento - um forte - para alegar que Jackson nunca teria sequer chegado a um ponto em sua vida quando ele sentiu que precisava de médicos à sua volta constantemente, se a perseguição da mídia que veio no seu caminho não fosse tão impiedosamente cruel. Acostumado a ser introduzido através da porta dos fundos dos hotéis e outros locais muito antes dele alcançar sua adolescência, muitas vezes Michael disse que ele tinha "pele de rinoceronte." Claramente ele não tinha. E agora, o número de falsas acusações agravado e perpetuado na consciência do público pela comercialização lucrativa, abertamente maliciosa, de Jackson como uma espécie de monstro de crianças por, pelo menos, duas gerações de jornalistas, editores e críticos de televisão de todo o espectro da mídia - agora, inegavelmente, ameaça a verdade positiva de seu legado. E é essa ameaça que tem unido muitos em uma mesma finalidade: restauração.

A realidade de que Michael Jackson continua a ser um dos humanitários menos celebrados do mundo, e apesar de quatorze enfáticos veredictos de "não culpado" no julgamento criminal de 2005, isso não tenha ainda sido confirmado efetivamente - é um testemunho do poder duradouro da percepção. Essa percepção da "culpa" dominou as notícias sobre Jackson enquanto ele estava vivo e continua mesmo após sua morte. Os atuais comentários dos meios de comunicação na preparação para o julgamento de Conrad Murray, que apenas insinuava o sub-texto "viciado exigente" tem agora explodido em relatos completos de "drogas encontradas na invasão de Neverland", e terrivelmente, na especulação sobre o que as fotos da autópsia podem parecer. É prova de que o poderoso e penetrante Quarto Poder [a imprensa] não mostra nenhum sinal de qualquer desejo de se retratar pelos anos de distorção que emitiu para o domínio público. Muitos acreditam que este estado de coisas será insuperável. A questão é: é isso?

Anos de narrativa da mídia em seu próprio benefício levará certamente algum tempo para ser corrigido. Mas a viagem de volta já começou, e ela começou seriamente. Uma forma disto estar sendo realizado pode ser visto nas novas narrativas que agora vem à tona. Em meio à riqueza da corrida para copiar, principalmente lançamentos de livros ilustrados que chegam ao mercado logo após a morte de Michael, outros procuraram deixar para trás os anos de deturpação da mídia e realmente honrar uma vida excepcional. Até o momento, três publicações são notáveis. Da jornalista americana Aphrodite Jones, 'Michael Jackson Conspiracy", publicado pré-2009 em 2007, detalha a extensão de um viés negativo preconcebido na mídia dos EUA em relação a Jackson e como isso se reflete muito durante, e após, a sua cobertura do julgamento de Jackson de 2005. Em 2009, Bruce Swedien, notável engenheiro de gravação, divulgou "In the Studio with Michael Jackson". Nele, Swedien leva de volta à música, traçando as origens da sua relação de trabalho com Jackson a partir de The Wiz indo até HIStory - e Jackson faz um grande serviço ao longo. Mais recentemente, o novo trabalho de Joe Vogel, "Man in the Music: The Creative life and work of Michael Jackson", previsto para lançamento internacional em outubro de 2011, também promete contribuir positivamente para o legado de Jackson - simplesmente retornando a conversa com o compromisso e trabalho de Michael para a criação fenomenal de música, dança e artes visuais.

Na arena do jornalismo, o trabalho de Jones com a Discovery Investigation através de seu programas de televisão True Crime tem até agora feito um impacto modesto sobre o conteúdo afetado prevalentemente encontrado na maioria dos meios de comunicação atuais, mas estes são os primeiros dias. Da mesma forma, o jornalista britânico Charles Thomson, em grandes artigos importantes no Huffington Post e em outros, tem constantemente expostos as imprecisões prejudiciais sobre os desafios jurídicos enfrentados por Jackson - imprecisões ainda recicladas ad nauseam pelos meios de comunicação. Além disso, uma infinidade de artigos positivos e entrevistas de pessoas que conheciam pessoalmente Jackson (e alguns que não) - como David Nordahl, Thomas Mesereau, Elizabeth Taylor, Susan Fast, Stephen King, Jeff Koopersmith, Forbes Everett Landis, Michael Bearden, Linda Deutsch, Armand White, Stuart Backerman, Matt Semino, Dr Patrick Treacy, Barbara Amiel, Jonathan Margolis, Dave ‘Dave,’ Ishmael Reed, Gerald L. Campbell, Wade Robson, Howard Bloom, depoimentos de estrelas e daqueles que trabalharam com Michael profissionalmente, e as muitas famílias que se beneficiaram do trabalho que Jackson fez continuamente ao longo de sua vida, fazem parte da nova narrativa que poderia potencialmente transformar a meme Jackson destrutivo que a maioria dos meios de comunicação continua irracionalmente a anexar.

Menção também deve ser feita a um projeto extremamente ambicioso realizado pela reverenda Barbara Kaufmann. Em 2010, Kaufmann, ela mesma uma ministra, escritora premiada, colaboradora do Huffington Post e voz brilhante no campo do ativismo - reuniu um banco de artigos excepcionais, poesia e estudos de caso, inspirado e dedicado à vida e às incompletamente reconhecidas realizações de ambos, Lady Diana Spencer e Michael Jackson - como parte da colaboração em "Words and Violence Project". Isso permanece como um corpo de trabalho que, um tempo, poderia um dia ser amplamente referido e utilizado por centros de educação para a compreensão da nossa sociedade de como as palavras e a cultura da mídia ocupam uma dupla capacidade de beneficiar e de prejudicar a vida que toca.

Continua...