O amor da China por Michael Jackson

Fãs Chineses Choram por Michael Jackson

Por Fred Dintenfass

Em 02 de julho de 2009


Traduzido por Femme, exclusivamente para o MJ Dreamer. Proibida a reprodução.


MJ visita a China em 1987
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A China é o lar de milhões, talvez até centenas de milhões de fãs de Michael Jackson, e a notícia de sua morte provocou manifestações de pesar em celebrações públicas. Jackson ocupa uma posição única na cultura chinesa, pois sua fama coincidiu com a Reforma e Abertura, e ele foi o primeiro astro ocidental que muitos chineses jamais conheceram.

À luz de velas, fãs chineses se reuniram à noite para lamentar a morte do megastar Michael Jackson, em Pequim, China em 26 de junho de 2009.

Embora ele não seja tão famoso junto à juventude de hoje como era nos anos 80 e 90, a voz de Jackson ainda ressoa aqui. Fui questionado sobre Michael Jackson por fãs chineses em toda parte, da Grande Muralha até casas de massagens e ouvi a sua inocência no caso de abuso infantil ser defendida fervorosamente por engenheiros e profissionais da medicina chinesa.

Os DVDs dos maiores vídeos de Michael Jackson continuam a ser exibidos nos supermercados e vendidos nas ruas, e até mesmo adolescentes e hoje os estudantes universitários que não sabem muito sobre o próprio Jackson ouvem artistas que foram inspirados por ele: o Black Eyed Peas, Beyonce, Justin Timberlake, Jay Chou ... quase todos os R & B moderno tem uma dívida com MJ. Até mesmo o padrinho do rock chinês, Cui Jian, lembra Jackson com reverência.

Para a decepção de milhões de pessoas, Jackson nunca se apresentou na China continental. Aparentemente, existiram negociações para um concerto na Praça Tiananmen, mas as exigências de Jackson - a sua imagem poderia substituir Mao na Cidade Proibida durante a duração do show - eram demais para as autoridades chinesas e o show nunca aconteceu.


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É comum pensar que Jackson nunca chegou ao continente, mas acontece que ele o fez ao passar um dia em Zhongshan, em 1987, visitando cidade natal de Sun Yat-sen [pai da China moderna] e um museu na passagem para umas férias em Hong Kong. Jackson estava tão interessado pela túnica de Sun Yat-sen, que ele supostamente tirou um conjunto de medidas e levou com ele para os Estados. Ele enviou cópias autografadas de todas as suas fotos em Zhongshan de volta para os moradores que se lembram dele como "gentil e calmo".

Apesar da divulgação de seus problemas pessoais e coletivos, Jackson ainda é lembrado de forma positiva na China. Uma pesquisa de 2005 realizada pelo Sina.com durante seu julgamento por abuso sexual infantil revelou que 87% dos chineses pensavam que ele era inocente de todas as acusações e falsamente acusado, e algumas opiniões eram de que as acusações eram motivadas por racismo.

Para muitos chineses, Jackson representava os melhores aspectos da América - a aceitação das diferenças raciais e culturais, a criatividade exuberante, e as mensagens sociais positivas de músicas como "Black and White" e "Heal the World". Para um país que embarcava em uma nova viagem em águas desconhecidas cultural e economicamente, Jackson era uma espécie de farol - um farol de esperança em meio a mudança dramática, um amigável ícone ocidental.

Embora Jackson seja creditado com tendo "feito" a MTV e o gênero do vídeo da música, a resposta inicial a ele em os EUA era misturada. Ele foi um dos primeiros artistas negros a ter um clipe na MTV, e sua gravadora teve que ameaçar retirar toda a publicidade antes de os executivos da MTV concordarem em levar ao ar "Billie Jean".

No entanto, os fãs chineses não parecem tê-lo considerado como ameaça aos segmentos da mesma maneira da população americana o fez. Ele tinha um apelo que transcendia as fronteiras raciais e culturais. "Minha avó costumava dizer: "Olhe para seu nariz estranho. Como pode ser assim?", um estudante chinês chamado Huang Shan disse, "Mas ela sempre amou seus shows."

Passei o fim de semana após a morte de Jackson celebrando-o da forma mais chinesa que eu poderia, cantando "Billie Jean", "Beat It" e "ABC" maciçamente, nas boates de luxo KTV em Pequim, que têm suas canções em suas máquinas.

Meus amigos e eu não éramos os únicos a pensar em Michael; na noite passada, um grupo de estudantes do ensino médio ficou por várias horas no outro lado do muro que separa minha sala do corredor, perto do elevador. Eles brincavam e riam alto e em um momento eu ouvi acordes de sintetizador e uma batida funky emanados do que deve ter sido um telefone celular. Fiz uma pausa e ouvi mais de perto, quando aquela voz inconfundível cheia de inocência, honestidade e paixão veio subindo para a pista. Os alunos foram ficando mais calmos agora, escutando com muita atenção. Um deles começou a falar em chinês sombrio, mas eu só poderia entender as palavras em inglês que apimentava o seu sério discurso, "black or white", ele entoava seriamente, "black or white."

Michael Jackson pode ter ido embora, mas o seu legado, e toda a sua esperança, emoção e contradição estão vivas e bem na China. Aqui, em Middle Kindgom, Jackson sempre será o Rei do Pop.


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