Analisando Michael Jackson: O gênio por trás da música

Analisando Michael Jackson: O gênio por trás da música

Por Howard Reich, em 27 de setembro de 2010

Traduzido por Femme, exclusivamente para o MJ Dreamer. Proibida a reprodução.


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Michael Jackson era um gênio?

Não há nenhuma dúvida sobre isso, de acordo com especialistas que se reuniram no fim de semana no Harold Washington Library Center para explorar o tema.

Por mais de três horas ininterruptas, os aficionados de Jackson tocaram faixas de áudio, apresentaram vídeos, trocaram relatos e de várias formas analisaram ​​uma das carreiras mais prolíficas da música americana - embora interrompida com a morte trágica do cantor e compositor no ano passado, aos 50 anos.

Com uma multidão de admiradores de Jackson se enfileirando com uma hora de antecedência na noite de sexta-feira, os conhecedores estavam pregando para o coro - e eles não fogem da palavra "g".

"Ele É um gênio", proclamou o produtor de reedições Harry Weinger, recusando-se a voltar-se para o passado.

A título de prova, Weinger tocou gravações iniciais de Jackson - muitas ainda inéditas - elaboração do próximo trabalho de Weinger sobre reedições do catálogo da Motown e do Jackson 5. Em um trecho após a outro, os ouvintes ouviram Jackson quando era criança, cantando, de forma notável, extraordinariamente.

O pedaço mais devastador era uma versão à cappella de "Never Can Say Goodbye", que um Jackson pré-adolescente formula como um mestre. Sem os benefícios do suporte instrumental ou rítmico, Jackson facilmente mantém o tempo, mas ele também encontra maneiras de esticá-lo. Ele infalivelmente segura seu passo, até que decide dobrá-lo, para fins expressivos.

O anseio na intensidade do tom de Jackson, o desarmamento de "oohs" e "aahs", que ele improvisa em momentos-chave na música, a clareza prateada da sua voz aguda simplesmente desafiam uma explicação racional. Ninguém com menos de 12 anos pode cantar com tal ofício, ardor e sabedoria musical sem o benefício de dons extraordinários.

Os talentos de Jackson, claro, finalmente fizeram dele um objeto de adoração em todo o mundo, a atenção esmagadora talvez explicando algumas idiossincrasias de sua personalidade.

"Se você fosse perseguido (por fãs), e você tivesse que correr por sua vida, se é isso que você experimenta a partir de 11 anos, você seria um pouco diferente, também."

O verdadeiro Michael Jackson, Phillinganes explicou, era o homem que estava diante do microfone - particularmente no estúdio de gravação - e deixava que todo o fluxo de música gloriosa saísse dele, sem escrúpulo ou inibição.

Quando Jackson estava gravando "She's Out of My Life", com Phillinganes no teclado, eles se mantiveram reformulando e refinando o desempenho, o pianista relembrou.

"E no final de cada take, ele chorou", disse Phillinganes. "E isso foi real."

Todos os palestrantes do simpósio, que foi organizado pelo Center for Black Music Research at Columbia College Chicago, concordaram que Jackson era completamente "mão-na-massa" em sessões de gravação.

Embora ele não tocasse instrumentos - com exceção de uma virada rara na bateria - ele rotineiramente "iria cantar partes de percussão e linhas de baixo" e outros detalhes musicais, lembrou a cantora Siedah Garrett, que escreveu "Man in the Mirror" com Jackson e cantou em dueto com ele no single "I Just Can't Stop Loving You."

No entanto, com o envolvimento de Jackson com todos os aspectos musicais e de produção de suas gravações, muitas vezes ele ia alegremente causar estragos no meio das sessões.

"Michael fazia seu trabalho para fazer outros artistas se atrapalharem", lembrou Garrett, com uma risada. "Ele iria cantar sua parte. Então, quando eu cantava a minha parte, ele jogaria amendoim ou algo para mim.

"E Q (o produtor Quincy Jones) dizia (para Garrett), "Você está desperdiçando tempo de estúdio!"

O efeito cumulativo de todas essas lembranças privilegiadas e gravações recém-descobertas se mostrou bastante comovente, especialmente para aqueles na platéia que já veneravam Jackson.

"Vocês me deram a trilha sonora de minha vida", disse um observador para aqueles no palco, uma formação que incluía o baterista de Jackson, Ricky Lawson, e ex-executivo de gravações Ed Eckstein.

Perto do final da noite, Oscar Walden Jr., um produtor de TV e rádio de Chicago de 79 anos de idade, se levantou de seu lugar no meio da multidão e, apoiado em sua bengala, preparou-se para ler um poema que tinha escrito para Jackson.

"Eu amo Michael", ele disse à multidão, que caiu em silêncio.

"Ele era um gênio."


Fonte: Chicago Tribune