Michael Jackson: Gênio Secreto dos Negócios?

Michael Jackson: Gênio Secreto dos Negócios?

Por Zack O'Malley Greenburg, em 25 de janeiro de 2011


Traduzido por Femme, exclusivamente para o MJ Dreamer. Proibida a reprodução.
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Em 2010, Michael Jackson ganhou 275 milhões dólares - mais do que Beyoncé, Lady Gaga, Madonna e Jay-Z juntos - apesar do fato de que ele já não estava vivo.

Embora grande parte desse total possa ser atribuído à onda de nostalgia que impulsionou as vendas de todas as coisas de Michael no mês seguinte ao da morte do Rei do Pop, uma parte considerável é produto de sua subestimada perspicácia nos negócios.

Sobre esta certeza, os gastos habituais de Jackson poderiam levar um oligarca russo à vergonha. Ele torrou os lucros das vendas de 750 milhões de discos em extravagâncias que variam de R $ 10 mil a diária em hotéis para a construção e manutenção de seu imenso rancho Neverland. Manter o dinheiro não era um dos pontos fortes de Jackson. Mas acumular pilhas dele - e encontrar maneiras incomuns para garantir que mais se seguiria - era um dos seus muitos talentos.

Talvez a melhor jogada financeira da carreira de Jackson foi uma que não teve nada a ver com sua própria música. Em 1985, ele desembolsou 47,5 milhões de dólares para comprar um catálogo editorial que incluía 250 músicas dos Beatles. Dez anos depois, a Sony pagou a Jackson $ 90 milhões pela metade desses direitos, formando uma joint-venture chamada Sony/ATV.

Hoje, o espólio de Jackson e a Sony compartilham a propriedade do catálogo, que conta agora com meio milhão de músicas, incluindo títulos de Bob Dylan, Elvis Presley, Eminem e outros artistas. Confidentes avaliam que o valor do catálogo está por volta do US $ 1,5 bilhões, com base em receitas estimadas de US $ 50 milhões para US $ 100 milhões por ano. A estimativa representa um aumento de 3.000% no valor do preço do catálogo inicial de compra - melhor do que o retorno de 1.650% em ações classe A da Warren Buffett’s Berkshire Hathaway desde 1990.

"Você está falando sobre o maior catálogo existente," Schinman Ryan, chefe da Platinum Rye, maior comprador mundial de música e talento para as corporações, disse-me logo após a morte de Jackson. "Quando você tem muitos sucessos n°1 num catálogo, você quase não pode colocar um preço sobre ele."

Um dos melhores hábitos de negócio de Jackson era manter conselheiros perspicazes em torno dele. Talvez o melhor exemplo seja o superstar do entretenimento, o advogado John Branca, que negociou muitas ofertas lucrativas de Michael Jackson e fez um trabalho notável para os herdeiros do cantor até o momento. Muitos elogiam Jackson por trazer Quincy Jones para trabalhar em "Thriller", mas foi Branca que pontuou a maior taxa de royalties da indústria que "O Homem da Luva" desfrutou nesse tempo (cerca de 2 dólares por álbum vendido), permitindo-lhe a obtenção de lucros incalculáveis do que acabou se tornando o álbum mais vendido de todos os tempos.

Ao longo de sua carreira, Jackson também procurou a assessoria de outros empresários astutos, incluindo os bilionários David Geffen e Ron Burkle. O último pressionou Jackson para manter sua participação no catálogo da Sony/ATV a todo custo, mesmo quando o cantor estava com problemas financeiros terríveis durante a década de 2000. O valor do catálogo hoje é um testemunho da sabedoria de Jackson e de Burkle.

Outra boa jogada: a compra do rancho Neverland por US $ 20 milhões em 1987. A propriedade é atualmente avaliada em até US $ 90 milhões. Uma má jogada: gastar US $ 35 milhões em melhorias para a propriedade, incluindo uma pista de kart, um zoológico e uma linha ferroviária bastante grande para uma antiga locomotiva a vapor.

Então, quanto do know-how de Jackson foi realmente seu, e quanto pertencia a seus conselheiros?

"Eu acho que foi uma combinação de ambos", diz o advogado do entretenimento Donald David. "Predominantemente era o seu próprio sentido de negócio ... Uma vez eu sentei e conversei com ele por mais de uma hora e ele simplesmente conhecia o negócio da música de frente para trás. E ele tinha bons instintos. Ele realmente tinha instintos ótimos."

O comportamento excêntrico e, por vezes, distraído que Jackson exalava dava pouca indicação do interior da sua mente.

"Ele não era o tipo de pessoa que ele retratava ser", explica David. "Ele iria jogar o jogo e usar aquela voz aguda esganiçada. Por baixo disso tudo, ele era uma pessoa muito inteligente, muito experiente, um dos artistas mais inteligentes com quem eu já tratei."

Infelizmente para Jackson, seus hábitos de gastos financeiros muito elevados sobrecarregaram a astúcia que possuía. Se ele tivesse sido capaz de controlar seus gastos impulsivos, ele teria sido um bilionário somente com a força do catálogo da Sony/ATV antes que ele falecesse. Em vez disso, ele morreu com quase meio bilhão de dólares em dívidas.