Dias antes da morte de MJ, produtor revelou seus planos e seu excelente estado de espírito

Em entrevista realizada dias antes da morte de Michael Jackson, o produtor Humberto Gatica confirmou que ele o convidou para participar de seu novo álbum e de um DVD que registraria a turnê "This Is It" e garantiu que seu estado de espírito estava ótimo. Atualmente, Gatica é um dos produtores responsáveis pelo álbum de inéditas que será lançado no Natal.


Michael Jackson convida produtor chileno Humberto Gatica para participar de seu novo álbum e DVD, e diz que quer fazer uma turnê pela Europa depois dos shows de Londres

Por Cláudio Vergara, em 08 de junho de 2009

Traduzido por Femme, exclusivamente para o MJ Dreamer. Proibida a reprodução.




Enquanto mais da metade do mundo aposta em quantos shows de Michael Jackson irá realizar durante o seu programado retorno, em Londres, Humberto Gatica discutiu outras questões com o cantor. Quase opostas: confiança, amizade, e o futuro dos seus filhos. Foi sobre isso que eles conversaram, semanas atrás, quando o artista ligou para o número privado de um dos mais poderosos produtores do mundo, que fez parte da equipe técnica conduzida por Quincy Jones e participou nos álbuns essenciais "Thriller" (1982 ) e "Bad" (1987).

Mas, ao telefone, Jackson tinha outros planos. O projeto mais pessoal e secreto de seu retorno: retomar a gravação de seu novo álbum e fazer um DVD com alguns dos 50 shows que ele dará na capital britânica a partir de 13 julho, que marcará sua redenção depois de anos de falência, problemas legais e queda artística.

"Ele me ligou porque conhecemos um ao outro e porque ele confia em mim. Ele quer que eu trabalhe com ele de novo e faça parte de sua equipe. Hoje, todo mundo tem dúvidas sobre ele, em contrapartida, ele não confia em ninguém, e contatou o círculo de parceiros com os quais ele se sente seguro, as pessoas da escola velha que estiveram com ele nos melhores anos de sua carreira, mesmo que não sejam muitos. Ele quer se sentir protegido.", afirma Gatica, ao telefone, dos estúdios da Capitol Records, em Los Angeles, onde trabalha no último álbum do cantor canadense Michael Bublé.

Ele acrescenta: "Vamos ver como vai ser, porque o novo álbum de Michael Jackson vai ser incrível, mas também exigirá muito trabalho e talvez seja muito ambicioso. Ele leva um longo tempo trabalhando nas músicas e não sei se ele vai trabalhar durante seu dia livre entre seus shows, ou esperar para ver se vai recuperar sua popularidade graças à sua volta aos palcos."

O chileno, nascido em Rancagua e sobrinho de Lucho Gatica, viajará a Londres para ver alguns dos showss e planeja permanecer por várias semanas na cidade para trabalhar na gravação audiovisual do espetáculo. "Todo a sua equipe, bailarinos, cantores e técnicos, ficarão em casas alugadas em Londres. Ninguém vai ficar em hotéis. Talvez eu me junte a eles", diz ele.

Durante anos, o homem que também trabalhou para Celine Dion, Andrea Bocelli e La Ley, assumiu a defesa da lenda norte-americana. Ele até concordou em trabalhar sem problemas em seu último fiasco: "Invincible" (2001), sua última viagem artística, e em uma tentativa abortada em 2005 de lançar uma música para ajudar as vítimas do furacão Katrina.

Mas ele teve um privilégio reservado a poucos: ouvir da boca do próprio cantor como ele se sente sobre a realização dos cinqüenta shows. Gatica revela: "Eu o achei muito vivo de espírito, muito concreto, muito afiado (cortante), muito focado nos shows. Eu não tenho nenhuma dúvida de que ele está preparado fisicamente, pois ele é um perfeccionista. Ele quer fazer uma turnê pela Europa depois. Também falamos sobre filhos, família e férias. Ele estava muito descontraído."

Gatica afirma que, enquanto todos apostam em uma nova derrota, o rei do pop está confiante de que será uma vitória.

Fonte: El Mercurio


Aqui, em outra entrevista realizada logo após a morte de Michael Jackson, ele relembra o gênio perfeccionista do homem com quem trabalhou.


Humberto Gatica: "Michael Jackson podia ser muito duro quando queria ser"

Por Mauricio R. Jürgensen
Em 26/06/2009

Traduzido por Femme, exclusivamente para o MJ Dreamer. Proibida a reprodução.




Trabalhou em três álbuns com ele, noite após noite sob o pulso de um perfeccionista como poucos e teve "acesso" a uma das personalidades mais complexas da história da música popular.

O produtor chileno Humberto Gatica (57 anos), que há 41 anos vive nos EUA, supervisionou a gravação de álbuns importantes na carreira de Michael Jackson.

Thriller (1982), Bad (1987) e Invincible (2001), bem como o projeto USA for África, são os títulos nos quais Gatica pôde conhecer o perfil rigorosamente profissional do músico, que morreu ontem: "Pode ter sido uma pessoa de personalidade excêntrica e de aspecto frágil, mas podia ser muito duro quando queria ser", diz ao telefone de Los Angeles e ainda chocado com a notícia que chocou o mundo.

Gatica não usou eufemismos para falar de Jackson: "O cara era um gênio, um fenômeno, um homem que jamais poderia permitir que algo fosse lançado se não estivesse perfeito."

Este espírito de perfeccionismo extremo, numa certa noite de 2001, o manteve até altas horas da manhã tentando resolver um par de compassos de Break of Dawn, uma questão que finalmente apareceu em Invincible.

"Ficamos três horas tentando corrigir o que ele acreditava que precisava ser corrigido. E lá estava Michael. Sentado na sala de controle, com o volume nas alturas, revisando um som que não o convencia. Uma vez após a outra. Isso demostra que ele era um profissional 100%. "

Porém, nem tudo era somente técnica. Para Gatica, o cantor não ambicionava menos do que a magia: "Era uma palavra freqüentemente mencionada", diz ele. "Ele sempre repetia esse conceito para o que quer que estivéssemos fazendo. Inclusive a última vez, há duas semanas atrás, quando falou comigo por telefone para fazermos um novo álbum, ele me disse o mesmo."

O chileno diz que não vai alimentar a curiosidade de qualquer pessoa e mantém afastadas as acusações que marcaram a vida de Jackon: "Independente das coisas que o mundo diz, eu permanecerei com a sua música, que fez dele um grande homem. Sua morte é muito forte para todos que o conheciam, e se sente um grande vazio ao dar-se conta de que ele não vai estar mais aqui. "


Fonte: latercera.com