Advogados de Murray dizem que ele alegará inocência e irá a julgamento (Atualização pág 1)

Por Linda Deutsch, Associated Press

Em 25 de janeiro de 2011

Traduzido por Femme,exclusivamente para o MJ Dreamer. Proibida a reprodução.


AP - O médico de Michael Jackson está pronto para ir a julgamento pela acusação de homicídio involuntário na morte do astro, afirmam seus advogados.

Dr. Conrad Murray está à espera de uma acusação nesta terça-feira, quando os seus advogados dizem que ele não vai se declarar culpado. Eles disseram que ele não vai buscar um acordo de confissão e de que eles não terão escrúpulos em ir a julgamento, apesar das fortes provas da acusação apresentadas em uma audiência preliminar com o objetivo de provar que a negligência do médico matou Jackson.

"Nós iremos a julgamento", disse o advogado de defesa, J. Michael Flanagan. "Acho que nosso caso é realmente sólido. Ficamos muito satisfeitos com o caminho das evidências na audiência preliminar ... Isso deve resultar em absolvição."

Outros advogados fora do caso não estão tão confiantes nas chances de Murray.

"Se eu fosse aconselhá-lo, eu estaria falando com o promotor para ver o que eles estariam dispostos a aceitar", disse o advogado de defesa criminal Steve Cron. Ele disse que valeria a pena considerar uma oferta de tempo de serviço comunitário e suspensão temporária da licença médica de Murray, caso isso fosse proposto.

"Acho que há uma boa chance de que ele vá pensar sobre isso ", disse Cron. "Se eles forem a julgamento, eles teram muito o que explicar."

O advogado Thomas Mesereau Jr., que representou Jackson em seu julgamento por abuso infantil há seis anos atrás, disse sobre Murray: "Eu não posso ser objetivo, neste caso. Embora eu respeite que os advogados de defesa têm que fazer o seu trabalho, acredito firmemente que ele é culpado."

Se condenado, Murray pode enfrentar um máximo de quatro anos de prisão. Mas sua defesa não é apenas um esforço para evitar a prisão, é uma luta por sua vida profissional.

O juiz Michael Pastor do Tribunal Superior suspendeu sua licença médica da Califórnia na expectativa do resultado do julgamento. A condenação por um crime poderia significar que Murray nunca mais voltaria a praticar a medicina novamente.

"Eu acho que, em última análise, ele não irá a julgamento", disse Dana Cole, um advogado de defesa que não está envolvido no caso de Murray. "Há um risco muito grande."

Ele disse que uma alegação na controvérsia de culpado ou não, poderia trazer um melhor resultado para o médico que o veredicto do júri.

"Nenhum juiz da Corte Superior vai querer mandá-lo para a prisão do estado por este caso," disse Cole, que observou que Murray não tem antecedentes criminais e é acusado com o menor nível de homicídio culposo. Os promotores não alegam que ele queria matar Jackson.

Cole sugeriu que "soluções criativas" poderiam ser trabalhadas incluindo um período de prisão domiciliar para evitar o sofrimento longo e caro de um julgamento.

Os promotores não quiseram comentar. O porta-voz do Promotor da república, Sandi Gibbons disse: "O povo está pronto para prosseguir com este caso."

Na audiência preliminar de seis dias que levou o caso a julgamento, um retrato surgiu de um médico tentando ajudar o seu cliente famoso a vencer a insônia debilitante com propofol, um poderoso anestésico cirúrgico não destinado ao uso doméstico. Jackson tinha usado ele antes e demandou isso, chamando-o de seu "leite".

Um legista declarou que Jackson, 50, morreu de overdose de propofol, em combinação com outras drogas, em 25 de junho de 2009. Sua morte foi classificada como homicídio.

O comportamento de Murray antes e depois que Jackson parou de respirar foi detalhado pelo pessoal doméstico e pelos paramédicos. Foi apoiado por registros do telefone, e-mails e, mais importante, uma transcrição de uma entrevista de quase três horas de Murray com a polícia.

Murray disse que deu a Jackson uma baixa dose de propofol depois de passar 10 horas tentando convencê-lo a dormir com outras drogas. Quando a estrela pareceu cochilar, Murray disse que ele saiu da sala por dois minutos para ir ao banheiro, depois voltou e encontrou Jackson sem respirar.

Ele atrasou a ligação para o 911, por entre 25 minutos e uma hora, enquanto ele tentava reanimá-lo, mostrou o depoimento.

"Ele abandonou o seu paciente e não o reanimou de forma adequada. Essa é a chave" disse o Dr. Richard Ruffalo, um anestesiologista que testemunhou para a acusação.

Juristas disseram que várias defesas estão disponíveis para Murray. Entre elas está a sugestão de seus advogados de que Jackson, desesperado por dormir, teria auto-administrado a dose fatal de propofol, enquanto Murray estava fora da sala. Esta teoria significaria que ele ou se injetou em uma linha de propofol IV ou engoliu a droga, que se destina a ser administrada por via intravenosa.

Especialistas da acusação provavelmente vão desafiar esse cenário. Eles também poderiam dizer que Murray foi negligente ao deixar a droga em uma noite na bancada em que Jackson poderia alcançá-lo.

"Eles têm que explicar porque o Dr. Murray estava dando a ele o propofol, em primeiro lugar, num cenário em que normalmente ele não é dado", disse Cron, que vem acompanhando o caso.

Ele afirmou que a equipe de Murray tem muitas perguntas a responder, inclusive porque ele deixou o cantor sem monitor, porque ele retardou a ligação para o 911, porque ele tentou realizar o CPR em uma cama em vez do chão, e porque ele não disse aos paramédicos que ele tinha dado propofol a Jackson.

"Todos esses são pequenos pedaços de provas", disse Cron. "Nenhum deles sozinho causou sua morte, mas todos juntos podem ter feito isso."

Apesar de ser arriscado, Cron disse que Murray pode ter de testemunhar em sua própria defesa.