No Pelourinho sem Michael Jackson
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Alone
Rê Jackson
MJElaine
Annie Moonwalker
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No Pelourinho sem Michael Jackson
No Pelourinho sem Michael Jackson
Por Ygor da Silva Coelho (integrante do Olodum) em 16/07/2009
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Por Ygor da Silva Coelho (integrante do Olodum) em 16/07/2009
Era sábado. Saímos para jantar em um conhecido restaurante italiano de Salvador. No percurso notei que quase todas as rádios tocavam músicas de Michael Jackson, numa homenagem espontânea ao rei do pop, falecido inesperadamente na quinta feira.
No restaurante italiano, o som ambiente também homenageava Michael Jackson. Imaginei que os bares da cidade, sem exceção, estariam executando naquele momento as músicas do ídolo norte-americano e me programei para participar daquela homenagem ainda naquela noite.
Após jantar no restaurante italiano do Caminho das Árvores, nos dirigimos intuitivamente para os arredores do Olodum, no Pelourinho, o bairro de Salvador que em definitivo incorporou a imagem de Michael Jackson, a boemia, o cult e a arte pop da Bahia.
Naquele tradicional reduto histórico e boêmio os bares são muitos. Entramos no primeiro, onde a acomodação se mostrou mais fácil. Era uma espécie de pub. Algumas mesas, todas ocupadas. Acomodamo-nos em bancos de frente ao balcão. No ar, certo silêncio, incomum para um barzinho de dimensões limitadas, onde se reuniam mais pessoas por metro quadrado do que permitia o espaço. Ao fundo, uma banda repousava também silenciosa, pois nos quatro cantos do bar TVs de plasma passavam o clipe da música Happy, comovendo ainda mais aquele unhappy público.
Não gosto de beber uísque, mas aquela noite sugeria algo mais forte. Ao lado, no mesmo balcão, um casal jovem dividia os olhares entre a TV de plasma e a enorme bebida que sorviam de dentro de um imenso abacaxi. Eu não estava ali para conversa e entre um clipe e outro me limitava a decifrar as conversas e impressões alheias: “um gigante no palco, um revolucionário na arte de compor musical, o Fred Astaire do nosso tempo, maior recordista em venda de discos de todos os tempos, eterna criança, pagou caro pelas excentricidades, entrou para a galeria dos ícones, como Elvis Presley, John Lennon, Marilyn Monroe ...”
O contrato da bandinha deve ter sido anterior à notícia do falecimento de Michael Jackson. Por isto, em determinado momento ela entrou em cena, talvez para justificar o seu cachê. E, lógico, antes do forró com o qual pretendia sacudir a tristeza, fez a sua homenagem particular com “You are not alone”, num sofrível inglês. Depois disto, iniciou um repertório, evidentemente junino e bem selecionado, pois estávamos entre o São João e o São Pedro. A poesia e o balanço das músicas de Dominguinhos, Alceu Valença, Elba Ramalho e Zé Ramalho, no entanto, não foram suficientemente fortes para afastar a tristeza. Poucos casais arriscavam-se na pequena pista de dança e os clipes voltaram.
Ao meu lado, o casal, agora dividindo uma vistosa bebida vermelha, voltava a comentar sobre Michael Jackson. E eu, sutilmente observando as reações alheias, vi discretas e silenciosas lágrimas da garota derramarem-se sobre o balcão. Não era mesmo noite para forró nem para grandes alegrias, apesar do apelo junino e da alma nordestina.
Voltamos para o carro e,enquanto eu dirigia para o bairro de Brotas, a minha radio preferida atacava com a sensível Cry, do próprio Michael. Um trecho de Cry diz “e se todos chorarmos na mesma hora hoje à noite?...”. Não posso negar minhas lágrimas.
No restaurante italiano, o som ambiente também homenageava Michael Jackson. Imaginei que os bares da cidade, sem exceção, estariam executando naquele momento as músicas do ídolo norte-americano e me programei para participar daquela homenagem ainda naquela noite.
Após jantar no restaurante italiano do Caminho das Árvores, nos dirigimos intuitivamente para os arredores do Olodum, no Pelourinho, o bairro de Salvador que em definitivo incorporou a imagem de Michael Jackson, a boemia, o cult e a arte pop da Bahia.
Naquele tradicional reduto histórico e boêmio os bares são muitos. Entramos no primeiro, onde a acomodação se mostrou mais fácil. Era uma espécie de pub. Algumas mesas, todas ocupadas. Acomodamo-nos em bancos de frente ao balcão. No ar, certo silêncio, incomum para um barzinho de dimensões limitadas, onde se reuniam mais pessoas por metro quadrado do que permitia o espaço. Ao fundo, uma banda repousava também silenciosa, pois nos quatro cantos do bar TVs de plasma passavam o clipe da música Happy, comovendo ainda mais aquele unhappy público.
Não gosto de beber uísque, mas aquela noite sugeria algo mais forte. Ao lado, no mesmo balcão, um casal jovem dividia os olhares entre a TV de plasma e a enorme bebida que sorviam de dentro de um imenso abacaxi. Eu não estava ali para conversa e entre um clipe e outro me limitava a decifrar as conversas e impressões alheias: “um gigante no palco, um revolucionário na arte de compor musical, o Fred Astaire do nosso tempo, maior recordista em venda de discos de todos os tempos, eterna criança, pagou caro pelas excentricidades, entrou para a galeria dos ícones, como Elvis Presley, John Lennon, Marilyn Monroe ...”
O contrato da bandinha deve ter sido anterior à notícia do falecimento de Michael Jackson. Por isto, em determinado momento ela entrou em cena, talvez para justificar o seu cachê. E, lógico, antes do forró com o qual pretendia sacudir a tristeza, fez a sua homenagem particular com “You are not alone”, num sofrível inglês. Depois disto, iniciou um repertório, evidentemente junino e bem selecionado, pois estávamos entre o São João e o São Pedro. A poesia e o balanço das músicas de Dominguinhos, Alceu Valença, Elba Ramalho e Zé Ramalho, no entanto, não foram suficientemente fortes para afastar a tristeza. Poucos casais arriscavam-se na pequena pista de dança e os clipes voltaram.
Ao meu lado, o casal, agora dividindo uma vistosa bebida vermelha, voltava a comentar sobre Michael Jackson. E eu, sutilmente observando as reações alheias, vi discretas e silenciosas lágrimas da garota derramarem-se sobre o balcão. Não era mesmo noite para forró nem para grandes alegrias, apesar do apelo junino e da alma nordestina.
Voltamos para o carro e,enquanto eu dirigia para o bairro de Brotas, a minha radio preferida atacava com a sensível Cry, do próprio Michael. Um trecho de Cry diz “e se todos chorarmos na mesma hora hoje à noite?...”. Não posso negar minhas lágrimas.
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Annie Moonwalker- Super Fã!
- Mensagens : 1875
Data de inscrição : 27/08/2010
Re: No Pelourinho sem Michael Jackson
Como Michael faz falta em todos os cantos do mundo... até nos lugares mais alegres... Uma saudade muito doída... muito sentida... muito magoada...
MJElaine- Super Fã!
- Mensagens : 4023
Data de inscrição : 04/08/2010
Idade : 65
Localização : São Paulo
Re: No Pelourinho sem Michael Jackson
Agora não deu pra conter as minhas lágrimas tb.Annie Moonwalker escreveu:
Ao meu lado, o casal, agora dividindo uma vistosa bebida vermelha, voltava a comentar sobre Michael Jackson. E eu, sutilmente observando as reações alheias, vi discretas e silenciosas lágrimas da garota derramarem-se sobre o balcão. Não era mesmo noite para forró nem para grandes alegrias, apesar do apelo junino e da alma nordestina.
Voltamos para o carro e,enquanto eu dirigia para o bairro de Brotas, a minha radio preferida atacava com a sensível Cry, do próprio Michael. Um trecho de Cry diz “e se todos chorarmos na mesma hora hoje à noite?...”. Não posso negar minhas lágrimas.Fonte: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Rê Jackson- Super Fã!
- Mensagens : 5424
Data de inscrição : 03/08/2010
Re: No Pelourinho sem Michael Jackson
Está extremamente difícil postar aqui no Dreamer essa semana.
Minha alma está de luto!
Minha alma está de luto!
Alone- Moderação
- Mensagens : 1712
Data de inscrição : 11/07/2010
Idade : 44
Localização : Neverland
Re: No Pelourinho sem Michael Jackson
Que relato maravilhoso...
Chorei agora ..]
Michael ultrapassou Marilyn Lennon e Elvis sem duvida , principlamente por seu legado .
Chorei agora ..]
Michael ultrapassou Marilyn Lennon e Elvis sem duvida , principlamente por seu legado .
ana claudia- Super Fã!
- Mensagens : 3220
Data de inscrição : 04/08/2010
Idade : 46
Humor : bom .
Re: No Pelourinho sem Michael Jackson
É verdade Alone, essa semana tá difícil, tá todo mundo numa tristeza só.
Meu coração tá esmagado!
Meu coração tá esmagado!
Rosy Jack- Super Fã!
- Mensagens : 5165
Data de inscrição : 04/08/2010
Localização : Michael City
Re: No Pelourinho sem Michael Jackson
Lembro quando li esse artigo na Beats. Foi impossível conter as lágrimas!
É emocionante e doloroso saber como o mundo inteiro sentiu essa perda, como todos se uniram no mesmo pezar!
Obrigada Annie!
É emocionante e doloroso saber como o mundo inteiro sentiu essa perda, como todos se uniram no mesmo pezar!
Foi bem isso que aconteceu naquele 25/6/2009. O planeta inteiro chorou na mesma hora, por Michael Jackson.enquanto eu dirigia para o bairro de Brotas, a minha radio preferida atacava com a sensível Cry, do próprio Michael. Um trecho de Cry diz “e se todos chorarmos na mesma hora hoje à noite?...”. Não posso negar minhas lágrimas.
Obrigada Annie!
mjtudibom- Super Fã!
- Mensagens : 2815
Data de inscrição : 04/08/2010
Localização : Neverland-RS
Re: No Pelourinho sem Michael Jackson
mjtudibom escreveu:Lembro quando li esse artigo na Beats. Foi impossível conter as lágrimas!
É emocionante e doloroso saber como o mundo inteiro sentiu essa perda, como todos se uniram no mesmo pezar!Foi bem isso que aconteceu naquele 25/6/2009. O planeta inteiro chorou na mesma hora, por Michael Jackson.enquanto eu dirigia para o bairro de Brotas, a minha radio preferida atacava com a sensível Cry, do próprio Michael. Um trecho de Cry diz “e se todos chorarmos na mesma hora hoje à noite?...”. Não posso negar minhas lágrimas.
Obrigada Annie!
Acho que vou chorar a vida inteira... É uma saudade sem fim, cruel, tem dias que é ainda pior, meu coração fica completamente despedaçado e inconformado e eu fico com um misto de sentimento dentro de mim e não consigo pensar em outra coisa, dor, raiva, tristeza, saudade... amor... chego a sentí-lo...
Te amo pra sempre, com todo meu coração e minha alma
milla- Super Fã!
- Mensagens : 235
Data de inscrição : 01/02/2011
Idade : 43
Localização : Fortaleza-CE
Re: No Pelourinho sem Michael Jackson
É amiga, foi bem isso mesmo. Não tem uma pessoa que não se lembre onde estava e o que estava fazendo naquela hora fatídica. Ninguém diz: "Eu não me lembro", todos descrevem com exatidão onde estavam, o que estavam fazendo e ainda o que sentiram.mjtudibom escreveu:
Foi bem isso que aconteceu naquele 25/6/2009. O planeta inteiro chorou na mesma hora, por Michael Jackson.
E o céu com certeza estava em festa, pois um anjo retornava aquela morada .
Rê Jackson- Super Fã!
- Mensagens : 5424
Data de inscrição : 03/08/2010
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