Andrew Lloyd Webber: 'Michael Jackson queria atuar em 'O Fantasma da Ópera'"

Michael Jackson estava interessado em estrelar uma versão cinematográfica do musical 'O Fantasma da Ópera', diz Lloyd Webber, criador e produtor do espetáculo.

Em 27 de junho de 2009

Traduzido por Femme, exclusivamente para o MJ Dreamer. Proibida a reprodução.



A primeira pessoa a me ligar para dizer que Michael Jackson tinha morrido foi o meu filho de 17 anos de idade. Eu tive um sentimento horrível quase como se tivesse visto isto. Depois da tristeza, veio o desapontamento de que eu nunca mais iria vê-lo novamente.

Eu conheci Michael quando ele veio para assistir 'O Fantasma da Ópera', em Nova York, quando tinha acabado de estrear, em 1988. Ele estava claramente interessado na peça. Viu-o várias vezes e ele costumava vir nos bastidores, muitas vezes sem a comitiva que o acompanharia na vida mais tarde.

A história mexia com ele. Eu acho que ele sentia uma ligação com o músico solitário, torturado. Ele achou a idéia de alguém que funciona através da música e tem uma garota como musa muito intrigante - e adorou o fato de ter ilusão no espetáculo.

Michael se mostrou interessado em interpretar o Fantasma ele mesmo, em uma versão cinematográfica do espetáculo. Nós conversamos muito sobre isso, mas nós tínhamos apenas começado e, no momento, eu senti que era demasiado cedo para que se tornasse um filme. Eu senti que o seu interesse em 'O Fantasma' era porque ele estava interessado em fazer algo teatral ele mesmo.

Ele era um animal altamente teatral. Eu me lembro dele me dizendo que tinha visto [o musical] 'Cats' e como ficava feliz de que a dança estivesse retornando ao teatro. Ele certamente falou muito sobre o teatro, e quando ele foi a Londres, ele foi ver 'Oliver'! Claro, ele mesmo era um grande showman, mas ele achou extraordinária toda a encenação dos musicais.

Ver clipes de "Thriller" nos noticiários esta semana lembrou-me que dançarino extraordinário que ele era. Ele realmente trouxe a dança e o teatro para dentro do mundo pop, através de seus vídeos e shows. Ninguém antes dele tinha feito nada muito parecido. Ele estava à frente do seu tempo em tudo o que ele fez.

Eu o vi algumas vezes em shows. 'Thriller' foi provavelmente a melhor cena teatral que eu já vi. Da minha perspectiva musical de teatro, pude ver que ele estava trazendo uma visão completamente nova sobre a dança para o palco. Uma tremenda quantidade do que ele estava fazendo na época você vê em musicais agora.

Musicalmente, Michael também foi diferente de qualquer um antes dele. Ele foi inteligente em tomar o pop e usá-lo em formas originais, desenvolver isso teatralmente. É uma influência que está em toda parte, hoje. Eu lembro das músicas de um álbum de Justin Timberlake e ouço a influência de Michael.

Os jovens ainda continuam sendo atraídos por sua música, porque muitas das suas canções são clássicos. Na história do pop, 'Thriller' possivelmente se destacou mais que 'Sergeant Pepper', porque havia ainda mais sucessos que se sustentavam sozinhos, nele. Está lá no topo com os melhores álbuns de todos os tempos.

Da mesma forma, eu teria certeza em colocá-lo lá no topo com os maiores artistas de todos os tempos. Eu vi a maioria das melhores bandas de rock - eu vi Elvis várias vezes - mas nos shows de Michael, sua presença de palco era perfeita. Muitos poucos cantores de rock têm essa qualidade.

Todo mundo estava tão ansioso para ver o que ele ia fazer em seu retorno em Londres. Do que eu estava ouvindo, ele estava indo para empurrar as fronteiras daquilo que tínhamos visto em uma arena rock muito, muito além disso.

As dívidas, todos os processos nos tribunais, e os problemas em que se meteu, foi tudo tão triste. Mas você provavelmente pode dizer já que sua música transcendeu tudo isso. Nada gruda nele. No final, a música sempre vai sobreviver.


Fonte: The Telegraph/www.andrewlloydwebber.com