O Último Close-Up de Michael Jackson [Parte 2]

O Último Close-Up de Michael Jackson [Parte 2]

Por Michael Joseph Gross, em 02 de julho de 2009

Traduzido por Femme, exclusivamente para o MJ Dreamer. Proibida a reprodução.


"Nós não podíamos ver dentro da ambulância", continua Weiss. "Pelo que eu sabia quando eu estava tirando as fotos, Michael poderia ter ido sentado em uma maca com oxigênio."

Os fotógrafos da Nacional pularam em dois carros que seguiram a comitiva de Jackson de dois Escalades azuis que seguiram a gritaria da ambulância até a sala de emergência do centro médico da UCLA e até lá, o TMZ e outros paparazzis estavam no local. Quando Evenstad alcançou a ambulância, um dos guarda-costas de Jackson tentou bloquear sua câmera e disse: "Qual é, cara. Não faça isso. Isso não é legal", e Evenstad disse: "Quando é tão grande, temos que fazer", e eu corria para o outro lado, porque em um certo momento não há delicadeza. Temos que fazer o que tem que ser feito."

Weiss viu um olhar nos rostos dos guardas que o fez acreditar que algo estava realmente errado: "Eles estavam sendo agressivos, mas era uma agressividade com remorso. 'Por favor, gente, por favor, parem.' Eles ficavam dizendo 'por favor'."

Até então, Weiss tinha verificado os últimos quadros que ele fotografou pela janela da ambulância, e tudo o que ele viu foi um reflexo no vidro. "Eu pensei, eu não entendo. Eu estava deprimido que eu tinha perdido uma cena que poderia ter sido um grande negócio."

Evenstad recolheu os cartões de memória das câmeras de todo mundo e se dirigiu ao escritório da Nacional para editar as imagens. Não muito tempo depois, ele ligou novamente para Weiss: "Chris, você superou cada manobra idiota que você já fez. Temos um quadro útil de MJ na parte de trás"- a foto agora onipresente de Jackson amarrado a uma maca, com o rosto mostrado de perfil conforme um paramédico faz tentativas de reanimação no peito e outro bombeia oxigênio em sua boca.

Neste ponto, os paparazzis da Nacional ainda estavam em uma zona ética nebulosa. Era a imagem que tinham tirado não mais do que uma foto íntima do mais recente histrionismo de Michael Jackson? ("Este é o Michael de que estamos falando", diz Evenstad. "Coisas estranhas todos os dias"). Ou, como eles estavam começando a temer com uma ponta de emoção perturbadora - eles tinham algo mais significativo em suas mãos?


Adorador e adorado trocam acenos quando Jackson vai para uma consulta médica em Beverly Hills, em 10 de fevereiro de 2009

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Na manhã depois da morte de Jackson, diz Weiss, que estava "feliz, porque tivemos a imagem. Tirei a última foto de Michael Jackson. Porque nós tivemos, tanto quanto um fotógrafo poderia ter, nos últimos seis meses de sua vida, um relacionamento com Michael. Havia dias, como quando ele foi ao consultório do médico, às vezes, quando queríamos apenas abaixar nossas câmeras e conversar com ele. É estranho dizer isso, como paparazzi, porque o mundo não nos suporta, mesmo que eles não consigam colocar nossas revistas de lado, mas havia uma proximidade que nossos fotógrafos tiveram com Michael. Se havia algum destino em conseguir as fotos, talvez tenha sido isso. Nós não saímos comemorando. Nós apenas assistíamos ao noticiário todas as noites."

Como você se sente, sabendo que Jackson poderia muito bem estar morto quando a foto foi tirada? Weiss luta para formular uma resposta, então diz: "Eu estou contente que se alguém tinha que tirar aquela foto, que tenha sido eu. Mas eu preferiria que não tivesse acontecido. Eu preferiria ter uma foto dele carregando seus filhos nas costas no parque, que é algo que nunca foi fotografado e que eu costumava esperar. Eu entendo a magnitude da foto e que ela tem uma espécie de lugar na história. Mas é uma droga. Isso é simplesmente uma droga."

Esta ambivalência estava consumindo ambos os fotógrafos no dia seguinte ao que Jackson morreu. Evenstad, que não dormiu naquela noite, diz: "Eu não sou uma pessoa mórbida. Eu não quero celebrar a morte de alguém porque eu estou ganhando dinheiro. Eu gostaria que Michael não estivesse morto. E eu faria melhores, mais sábios negócios, se ele ainda estivesse vivo. Mas dado que ele morreu, eu não lamento que nós tivemos a última foto. Isso é algo que o mundo quer ver. Foi preciso habilidade e esforço para conseguir aquela foto, e disso eu me orgulho. Mas estamos de luto."

Ele e Weiss estavam ambos preocupados com os fãs. Alguns deles tinham enviado algumas mensagens de texto aos fotógrafos da Nacional durante a noite: "Estou morto por dentro", uma mensagem dizia. "Nada significa coisa alguma."

"Nas últimas 18 horas, estamos tocando músicas de MJ, e temos um cartaz na janela de nosso escritório que lê 'RIP King'," Evenstad disse na época. "E olha, eu ainda estou atordoado. A ficha não caiu ainda. Ele foi a única celebridade que, se você fosse dedicado o suficiente, ele o deixaria entrar em sua casa. Você acha que alguém poderia ir para a casa de Bruce Willis e dizer, 'Eu te amo, eu te amo', que você poderia entrar? Ele chamaria a polícia. Isso é o que todos fariam. Todos, menos Michael. Se você dissesse "eu te amo, eu te amo' para Michael, ele iria supor que você quis mesmo dizer que o amava, e ele deixaria você entrar."

A morte de Jackson deixa um vazio não só na vida dos fãs, mas também na de Evenstad. Tanto quanto ele pode chorar pelo cantor, no entanto, Evenstad também lamenta a complexidade rara de relacionamentos que cercaram o Rei do Pop. "Isto é o que me bateu no meio da noite: 'O que eu faço agora? Perseguir a ***** do Zac Efron?", Evenstad pergunta. "Qual é o ponto?"

Christopher Weiss planeja se aposentar dos paparazzi se começar a faculdade de medicina neste outono. Até o final do fim de semana, a sua fotografia de Michael Jackson na parte de trás da ambulância tinha rendido elevados seis dígitos nas vendas, com muitas vendas externas ainda pendentes. A primeira, e mais conhecida destas vendas foi fechada durante a minha conversa com Evenstad, quando um mensageiro de bicicleta foi pedalando por Londres, para entregar um cheque - de cerca de US $ 500.000 - da OK! Magazine para o advogado inglês da Nacional.

Ontem, "Page Six" do New York Post chamou a foto de Weiss de "macabra", e relatou que alguns funcionários da OK! se sentiram ultrajados com a compra, e sugeriram que Jay-Z e Sean Combs podem organizar um boicote à revista. O agente de Combs negou o boato, e não está claro quanta controvérsia a foto pode inspirar, mas esta imagem com certeza terá uma vida longa e próspera. Frank Griffin, um dos paparazzi decanos de Hollywood, foi citado como dizendo que o foto iria alcançar US $ 1 milhão. Isso deve percorrer um longo caminho para o pagamento da taxa de matrícula.

Em janeiro, Weiss passou de comissão ao salário com a National, diz ele, não muito capaz de esconder seu desapontamento. Mas ele provavelmente vai fazer muito bem. Ben Evenstad explica: "Nossa equipe inteira receberá bônus por isso. Uma vez que superamos as metas de vendas trimestrais, todos recebem um fatia do bolo. Quando criamos esse sistema, nunca imaginei que uma foto jamais fosse fazer muito dinheiro. Os bônus podem ser de seis dígitos. Se não, então bem perto."


Fonte: Vanity Fair