Michael Jackson Immortal do Cirque du Soleil Leva Público a um Passeio Deslumbrante

Michael Jackson Immortal do Cirque du Soleil Leva Público a um Passeio Deslumbrante

Traduzido por MJElaine



Por Joe Vogel
18/10/11

Michael Jackson: The Immortal World Tour do Cirque du Soleil fez sua estréia nos EUA no sábado à noite no Joe Louis Arena, em Detroit, Michigan. As duas horas de espetáculo áudio-visual ofereceram uma festa para os sentidos, uma vez que celebrou a produção criativa e ideais sociais do falecido Rei do Pop.

Antes do show, uma multidão ansiosa - jovens, velhos, negros, brancos e de várias etnias - esperavam no ar fresco de outubro, trocando lembranças. Um homem de meia idade recordou sua presença na Victory Tour, em 1984. Uma jovem lembrou soluçando o dia em que soube da morte dele, ouvindo "Will You Be There" repetidas vezes. Uma senhora falava que tinha visto o Jackson 5 se apresentar em Detroit em 1969. "Eu ainda não posso acreditar que ele se foi", lamentou.

Passado apenas um par de anos da morte trágica de Michael Jackson - e em meio ao julgamento de seu médico pessoal, Dr. Conrad Murray - o show parecia oferecer uma experiência catártica (de alívio) para muitas pessoas, enquanto introduz uma versão acessível dele para uma outra geração de ouvintes de música.

O show em si é um espetáculo híbrido (misto): parte concerto de rock, parte teatro, parte acrobacias, parte comédia, parte festival. Seu tom é mais extravagante do que as turnês mundiais de Jackson. Sem nenhum homem à frente, o show opta por um grupo de cinco dançarinos vestidos como arlequins chamado de "fanáticos" e uma movimentada mímica. Inúmeros outros talentos são apresentados em alguns pontos, incluindo um contorcionista hipnotizante, um violoncelista feroz, e um menino incrivelmente talentoso.

O show usa uma banda ao vivo, liderada pelo colaborador de longa data de Jackson, Greg Phillinganes, para amplificar a sensação de concerto, e introduz vários adereços da marca MJ (a luva, o chapéu, os mocassins) para divertidamente referir-se ao ícone pop.

Ainda assim, é difícil superar a ausência de Michael Jackson no palco. Sua presença na tela jumbo na montagem de abertura gera uma excitação tangível - é como se o público estivesse esperando que ele aparecesse a qualquer momento. Durante algumas das partes mais calmas do show - "I'll Be There," "Gone Too Soon" - membros da platéia gritam: "Nós te amamos, Michael"!

Para tentar preencher o vazio, o diretor Jamie King e o cenógrafo Mark Fisher escolheram sabiamente a "Árvore Generosa" de Michael Jackson como a peça de ancoragem cênica e metáfora de controle, criando um mundo simbólico para ocupar a lembrança de Jackson. Infelizmente, a árvore não fez isso no show de Detroit devido a problemas técnicos, fazendo com que o fio narrativo fosse sentido um pouco desconexo e alguns dos números fossem alterados.

Houve algumas outras indicações de que o show ainda estava encontrando o seu pé. O ritmo às vezes era um pouco turbulento e fragmentado. Michael Jackson tinha uma incrível habilidade como criador/intérprete de levar o seu público a uma viagem e não perdê-lo por um segundo: ele sabia quando levá-lo longe e quando trazê-lo de volta, quando ser extravagante e quando ser sutil. Ele era um mestre das emoções e de construir tensão dramática.

Enquanto o show “Immortal” ainda não atinge esse padrão elevado, ele conduz a capturar certas partes da essência de Michael. A transição da "Childhood" maravilhada, que permite ao público ver dentro dos portões de Neverland como estátuas de bronze de crianças ganhando vida, segue magnificamente para a energia tribal frenética de "Wanna Be Startin Somethin”. O medley de “Heartbreak Hotel/Smooth Criminal/In the Closet/Dangerous” também funciona bem, misturando filme da noite e vídeos de música com um solo de violoncelo, coreografia perfeita e uma pole dancer. Da mesma forma, o medley de Ghosts/Is It Scary/Threatened/Thriller, que começa com uma criatura rastejando para fora de um grande livro de histórias, é um dos destaques do show.

A grande ausência da programação é "The Way You Make Me Feel", um clássico que Jackson realizada em cada concerto desde a Bad World Tour. Existem algumas surpresas agradáveis menos conhecidas, no entanto, incluindo partes de "In the Closet", "Speechless" e "Little Susie". Quase todas as músicas, incluindo "Billie Jean", são formadas em grupos com duas ou três outras faixas.

Rico em toques deslumbrantes. Por volta da metade do show, há uma bela seqüência em que Jackson descreve como ele é "apenas por meio do fluir da música". Essa citação é interpretada pelo mímico conforme ele permite que o som trabalhe através de seu corpo, enquanto as notas musicais flutuam no ar. É seguido por uma magnífica interpretação de "Human Nature".

Enquanto o show primeiramente apresenta Jackson como homem-criança/idealista, ocasionalmente outras facetas surgem. Para "They Don't Care About Us", tomando sugestões dos projetos para This Is It, um exército de robôs marcha em uníssono, piscando sinais de dinheiro e pontos de interrogação enquanto uma montagem de vídeo reproduz imagens de violência, desespero e destruição.

O final retorna a um terreno mais seguro, propondo uma chamada de cura pela paz, união e amor com uma mistura de hinos de conscientização social como" Can You Feel It","Black or White"e "Man in the Mirror”. Bandeiras são trazidas ao palco em um festival de fusão de culturas, acrobacia, dança e música.

Para toda a encenação elaborada e impressionante talento, no entanto, a estrela inquestionável é Michael Jackson. O estilista musical Keven Antunes foi dando acesso às gravações das várias faixas originais do artista e retirou parte da produção para colocar a voz notável de Michael Jackson em plena exibição. Em algumas das baladas especialmente - "I’ll Be There", " I Just Can't Stop Loving You " - o efeito é deslumbrante. Suas aparições nas telas jumbo também trouxeram uma energia visceral para o show.

Depois, fora da arena, crianças animadamente descreveram suas partes favoritas do show. Um deles, de olhos arregalados, falou sobre os trajes de LED que iluminaram durante "Billie Jean". À distância, na garagem, um homem tocava "Thriller" em seu saxofone, suas notas cresciam melancolicamente na noite. Ele não podia pagar ingressos para o show, disse ele, mas ele queria estar por perto para "celebrar o rei."