Rodney Jerkins revela que tem as filmagens de todas as sessões de estúdio de Invincible

Em entrevista à VIBE, o produtor Rodney Jerkins fala sobre o último álbum de estúdio de Michael Jackson, e confirma que gravou todas as sessões de estúdio de Invincible. E garante que, um dia, lançará as filmagens publicamente.


Por Linda Hobbs, em 05 de setembro de 2009

Traduzido por Femme, exclusivamente para o MJ Dreamer. Proibida a reprodução, respeitados os direitos autorais.






Você estava com cerca de 19 anos quando começou a trabalhar em Invincible. Vocês se tornaram amigos durante o processo. Como era essa amizade?

Às vezes, ele viria a minha casa para jantar, ou eu iria sair com ele e seus filhos. Isso é realmente confiança. Você constrói a confiança em torno de si. Ele costumava sempre me dizer: "Você é um verdadeiro amigo fiel." E ele sabia que quando certas situações surgiriam, eu estaria lá para apoiá-lo.

Eu nunca vou esquecer, Michael me deixava levar todos os meus amigos e literalmente me entregava o rancho Neverland. Ele diria assim: "Eu tenho que ir para a Alemanha por um mês", e simplesmente partia. Eu ligava pra todo mundo que eu conhecia, tipo, "Ei, festa em Neverland!"

Além disso, teríamos as apostas, tipo, quem ganha recebe 100 DVDs. Ele ganhou de mim na primeira vez e eu o levei para a Virgin Mega Store na Times Square e dei a ele uns 100 DVDs. Fomos à noite. A primeira vez que fomos à loja, ele estava disfarçado. Mas um fã prestou atenção nele e estragou todo o disfarce.


Por que o álbum demorou tanto tempo para ser finalizado? Vocês estavam trabalhando lá por três anos.

Era um monte de acelerar e parar. Tipo, a gente iria parar por três meses e, em seguida, Michael diria algo como: "Eu tenho que ir para a Alemanha por alguns meses", ou então ele iria para Los Angeles, foi esse tipo de situação. E me lembro de uma época, ele estava como, "Vamos começar do zero ... Acho que podemos fazer melhor tudo o que fizemos." Este era seu lado perfeccionista. Eu fiquei tipo, "Cara, estamos trabalhando há um ano, e vamos jogar tudo fora?!" Mas ele mostrou o quanto arduamente ele seguiria.


Você estava bem com isso?

Sim, eu estava. Você tem que entender, quando eu trabalhei com Michael eu já tinha trabalhado com todo mundo. Eu estava fazendo um monte de dinheiro para ser capaz de trabalhar em apenas uma coisa. E houve um momento em que ele fez uma pausa, e o projeto do Brandy Full Moon surgiu, e eu disse a Michael: "Eu comecei a fazer este álbum." Eu estava trabalhando nos dois, exatamente ao mesmo tempo, no Hit Factory, em Miami. E eu estava, literalmente, correndo para trás e para frente.


Ouvi dizer que você gravou as sessões de estúdio de Invincible. Você pensa em lançá-las ainda?

Shh! [Risos] Vou apenas dizer que Michael me pediu para documentar tudo. E eu o fiz. E tenho certeza que, um dia, isso vai ver a luz do dia. Eu tenho que ter certeza que será feito da maneira que Michael iria querer ver isso.


Você vai sempre retorna e assiste estas filmagens?

O tempo todo.


Como era Jackson no estúdio? Tímido?

Não! Ele era super falante. Ele tinha tudo em suas mãos. Estou falando de abarcar tudo. A qualidade do som era importante demais para ele. Ele olhava para tudo sob um microscópio, como "A freqüência média está demais" - ele era muito técnico. Ele costumava sempre dizer: "A melodia é soberana" porque ele realmente era focado na melodia.


Vamos ser honestos: vocês ficaram orgulhosos do resultado de Invincible?

Há coisas que não colocamos no álbum que eu gostaria estivesse no álbum. Meu primeiro lote [de batidas] era o que eu realmente queria que ele fizesse. Eu estava tentando ser realmente vintage, a o Mike da velha escola. E era isso que era um monte de coisas que eu primeiramente apresentei para ele. Ele manteve "Rock My World". Mas ele queria ser mais vanguardista. Assim, eu me pegaria buscando em ferros-velhos, e nós estaríamos batendo em coisas, para criar o nosso som.

Acho que Invincible precisa ser relançado. Porque alguma coisa aconteceu na gravadora [Sony] que levou-os a não promovê-lo mais, depois que nós colocamos nosso coração e alma nele. Ele tinha cerca de cinco singles do álbum. Mas ele desceu para quem pode impedir quem. E ele foi pego nessa porcaria.


Muitos críticos criticaram o álbum por ser tão longo. Foi idéia de Jackson fazer o álbum realmente longo?

[Risos] Foi idéia de Michael. Foi muito longo. Ele não fez essa transição de fazer álbuns mais curtos, e esse é o cara ... ele tinha literalmente nove canções em Thriller. Na verdade, tivemos essa conversa, onde eu fiquei tipo, "Você deve fazer 10 canções e é isso." Você nunca sabe ... talvez ele sentisse que seria seu último álbum.


Você ainda o escuta?

Às vezes. Algumas semanas atrás, eu o escutei.


Isso te deixa triste?

Nem um pouco. Estou triste por dentro porque eu perdi um amigo. Ele sempre quis que a sua música atingisse as massas. E isso é exatamente o que está acontecendo agora. Mas foi um período incrível de tempo na minha vida, ser capaz de trabalhar com ele. É uma sensação incrível saber ... eu participei da gravação de seu último álbum.


Fonte: VIBE