Tom Mesereau fala sobre Michael Jackson e o julgamento de Dr. Murray

Entrevista: Tom Mesereau fala sobre o MJ que conheceu e o julgamento de Dr. Murray

Por Valmai Owens, em 1º de maio de 2011

Pesquisado por macario.
Traduzido e editado por Femme, exclusivamente para o MJ Dreamer. Proibida a reprodução.



Tom Mesereau não tinha certeza se queria ser um advogado, na verdade, sua primeira escolha profissional foi o jornalismo. Mas depois de tomar o conselho de seu pai, Tom se graduou pela Universidade de Harvard (cum laude), com especialização em Relações Internacionais, ele fez um mestrado em Ciências pela The London School of Economics e se formou na Universidade de Direito da Califórnia Hastings College.

Ele inicialmente ganhou a atenção nacional na audiência preliminar do caso de assassinato de Robert Blake que foi amplamente televisionado e se tornou internacionalmente conhecido pela absolvição de Michael Jackson em um caso visto por muitos como impossível de vencer. Em apenas um ano, Tom Meserau obteve sete absolvições e dois júris pendurados. Agora ele é considerado um dos melhores advogados de julgamento no país e destinatário de muitos prêmios e honrarias de serviço público. Mas há um outro lado de Tom que ele vê como, talvez, sua maior realização em uma carreira longa e distinta, e que é seu trabalho humanitário e caritativo.

Além de seu trabalho pro bono[gratuito], Tom dirige uma clínica jurídica gratuita no centro-sul de Los Angeles, chamada "The Mesereau Free Legal Clinic" e doa seu tempo a organizações de cidades do interior como o N-Action Family Network, Save Our Sons, Women of Watts, e Families to Amend California Three Strikes.


Valmai Owens:
Tom, você está seguindo o julgamento de Murray nesta fase inicial?

Tom Mesereau:
Bem, eu venho acompanhando isso na mídia, mas eu não estou envolvido.

Valmai Owens:
Você é capaz de dar uma opinião profissional a todos sobre as táticas de defesa?

Tom Mesereau:
Eu estou esperando que ele seja condenado, e eu admito que não sou objetivo. Minha opinião é que ele agiu muito mal, ele nunca deveria ter administrado propofol e, certamente, nunca permitir que fosse em casa. Isso é ridículo!

Eu não sabia até a audiência preliminar que haviam indícios de que ele teria tentado limpar a cena do crime. Eu não sabia que haviam provas de que ele supostamente não informou aos paramédicos e a polícia sobre o propofol, pelo menos inicialmente. Fiquei muito surpreso em ouvir isso.

Mas, sabe, eu tenho acompanhado casos de celebridades demais ... Elvis Presley, Anna Nicole Smith, e nos quais você encontra estes médicos que se tornam facilitadores. Eles estão com medo de negar à celebridade o que eles querem por medo de serem demitidos, e eu acho que é algo que a aplicação da lei tem que levar muito a sério.

Valmai Owens:
Bem, como se sente sobre a estratégia da defesa ao dizer que Michael se matou?

Tom Mesereau:
Eu acho que é ridículo! Eu já estive na televisão dizendo que é um absurdo. O Michael Jackson que eu conheci não era suicida. O Michael Jackson que eu conheci tinha problemas, você sabe que eu o conheci durante um período muito difícil, a ansiedade, a sua insônia, a depressão estava muito aguda, sabe, quando ele estava sendo julgado em sua vida por coisas que ele nunca fez. Qualquer pessoa nessa posição teria provavelmente precisado de alguma medicação para dormir e alguns anti-depressivos, e eu não sei o que ele estava usando, porque eu nunca o vi usar nada. No entanto, eu o conheci durante um período muito difícil, um período muito estressante, mas o Michael Jackson que eu conheci não era suicida e nunca quis deixar os seus filhos. Então, eu acho que é um absurdo!

Valmai Owens:
Sim, acho que todos concordamos com isso, mas eu acho que é seguro dizer que o que podemos esperar da defesa é o retrato de Michael como suicida.

Tom Mesereau:
Bem, sim, os advogados de defesa têm uma obrigação ética e profissional de defender vigorosamente seu cliente. Do ponto de vista estritamente profissional os advogados parecem estar agindo de forma profissional compatível com as suas obrigações. No entanto, não concordo com o que estão fazendo e acho que seu cliente é culpado.

Valmai Owens:
Outro ponto em que nós concordamos. Tom, você já teve alguma experiência com o juiz Pastor? Não tem uma opinião sobre ele?

Tom Mesereau:
Sim, eu tenho. Ele é um juiz muito, muito inteligente, muito experiente, muito inteligente, muito sábio e eu acho que ele vai ser um juiz muito bom.

Valmai Owens:
Bem, eu sou uma leiga, não estou familiarizada com o sistema judicial ou com a lei. Muitos dos fãs não o são. Você pode me dizer quanta liberdade um juiz realmente tem em suas decisões sobre intimações, quem testemunha, e quão expansivo ou restrito um questionamento pode ser?

Tom Mesereau:
Bem, os juízes têm uma margem de manobra considerável para dirigir o curso do julgamento. Eles têm um tremendo poder de fazer o que eles acham que é necessário para manter o julgamento regular, para mantê-lo em condições dignas, e dependendo de quem é o juiz, pode ter um efeito enorme sobre o que acontece.

Valmai Owens:
A defesa pediu que os registros financeiros de Michael sejam disponibilizados. Você acha que eles estavam cientes de que o juiz pode negar essa moção e é por isso que eles estão chamando o Dr. Tohme como testemunha?

Tom Mesereau:
Eu não sei se eles estavam cientes de que o juiz pode negar. Eu acho que eles estão numa expedição de pesca, acho que eles estão desesperados para tentar encontrar algum tipo de teoria de defesa que possa parecer plausível. Estou muito feliz pois o juiz negou o pedido de exercício de uma expedição de busca nas finanças de Michael. Eu acho que as finanças de Michael não tem absolutamente nada a ver com o que Conrad Murray alegadamente fez.

Valmai Owens:
Não, não. Eu concordo com isso, mas eu acho que eles estão tentando provar é que as finanças de Michael estavam em tal estado de desordem, que ele estava com dívidas tão grandes e tão estressado, que por isso que ele alegadamente se matou.

Tom Mesereau:
Isso é um absurdo! Isso apenas mostra como eles estão desesperados para chegar a algum tipo de defesa.

Valmai Owens:
Você acha que Murray será chamado para depor?

Tom Mesereau:
Eu não sei a resposta para isso. Eu acho que simplesmente vai depender de como o processo evolui e como a defesa acredita no que eles estão fazendo. Ensaios sempre tem surpresas. Não importa o quão preparado você estiver, você sempre sabe que certas testemunhas vão vir com coisas que ninguém esperava que eles fossem dizer ou fazer. Eu não acho que eles vão tomar essa decisão até o fim.

Valmai Owens:
Tom, quais são seus sentimentos sobre o advogado contratado pela defesa que esteve perifericamente envolvido no julgamento de Michael em 2005? Você vê isso como um conflito de interesses?

Tom Mesereau:
Bem, eu não sei a que ele teve acesso, eu realmente não sei. O juiz aparentemente fez uma investigação completa sobre o assunto, e concluiu que não houve conflito de interesse real ou potencial. Então eu tenho que supor que em suas discussões confidenciais com o advogado, ele concluiu que o advogado não tinha nenhuma informação que possa gerar um conflito. Mas eu realmente não sei a que este advogado teve acesso, eu realmente não sei.

Valmai Owens:
O que você acha sobre a decisão de televisionar o julgamento? Você o vê se tornando um circo da mídia como foi em 2005?

Tom Mesereau:
Bem, eles não televisionaram o julgamento de 2005. Eu acho que haverá grande interesse da mídia no caso, principalmente porque é televisionado. Vai dar ao público a oportunidade de realmente olhar para estas testemunhas e ver como elas se comportam, e realmente olhar para a evidência da qual a promotoria acha que deveria resultar em condenação. Então eu acho que haverá um enorme interesse em todo o mundo. Michael era a celebridade mais conhecida do planeta, e muito querido em todo o mundo, em todos os continentes.

Valmai Owens:
Eu acho que muita gente está preocupada com a maneira como a mídia retratou Michael, especialmente em 2005, e se eles vão fazer a ronda deste mesmo tempo. Eu sei que em 2005 o julgamento não foi televisionado, mas a mídia não foi exatamente imparcial na forma como eles relataram sobre ele. De fato, alguns foram bastante cruéis.

Tom Mesereau:
Bem, os meios de comunicação não estão interessados ​​em justiça ou em equidade, estão interessados ​​em negócios, e negócios para eles são rendas e classificações. Eles amam o valor do choque, eles adoram polêmicas, e você tem que olhar para a mídia com isso em mente. Para eles isso é entretenimento. Não é uma busca de justiça, não é uma busca pela justiça. Em sua mente é estritamente entretenimento, então eles vão focar no que eles acham que diverte, e isso torna-se rentável.

Você tem que ser muito cauteloso com os relatos que você ouve sobre julgamentos quando estes relatos vêm através da mídia. Pelo menos neste caso, as pessoas serão capazes de vê-lo, ao invés de ouvir, no final do dia, resumos muitos breves e superficiais dos meios de comunicação.

Grande parte da informação no âmbito do julgamento de Michael Jackson em 2005 foi terrível. Elas simplesmente não eram precisas. Eles estavam apenas tentando relatar o que era sensacional e chocante. Eles às vezes relatam o que uma testemunha disse sob depoimento, sem nem mesmo esperar para ouvir o interrogatório da defesa. Então eu acho que eles apresentaram um retrato muito ilegítimo, muito desajeitado e pobre do que estava acontecendo na sala do tribunal.

Valmai Owens: Você vai ficar disponível para os meios de comunicação se eles pedirem sua opinião no processo?

Tom Mesereau:
Isso depende de quem eles são, que tomada é, e se eu acho que vai ser um algum tipo de situação profissional. Estou disponível para isso.

Valmai Owens:
Tom, como você vê o final deste julgamento?

Tom Mesereau:
Bem, eu não tenho como saber, não estou envolvido no caso e eu não vi as provas. Eu estou esperando que ele termine com uma condenação. Eu estou esperando que ele seja responsabilizado por aquilo que eu acho, na minha opinião, que foi uma maneira muito pouco profissional, muito egoísta e muito tola no tratamento de seu paciente.

Valmai Owens:
Você passou muitas horas com Michael durante o que foi um dos períodos mais traumáticos da sua vida. O que você lembra sobre sua força pessoal e compostura?

Tom Mesereau:
Michael foi uma das mais bonitas, das mais amáveis ​​pessoas que eu já conheci, e minha parceira na defesa, Susan Yu, se sente exatamente como eu. Ele era bom. Ele era gentil. Ele era bem-intencionado. Ele gostava de ver as pessoas fazerem bem, e ele gostava de usar sua reputação e seus recursos para ajudar as pessoas com deficiência, as crianças das cidades do interior que cresceram na pobreza e violência. Ele gostava de ver as pessoas felizes. Ele poderia ter pegado a sua riqueza e prestígio e simplesmente não tratado das crianças, não tratado de causas nobres. Ele poderia ter sido puramente egoísta se quisesse, mas não era isso que ele escolheu fazer. Ele realmente queria fazer a diferença. Ele queria reunir pessoas de todas as raças, todas as religiões e todas as nacionalidades juntas. Você pode ver isso em sua música, você pode ver isso na maneira como viveu. Ele tinha uma grande empatia para os animais, porque ele era uma pessoa tão amável e ele queria fazer a diferença.

Ele foi um pouco ingênuo quando ele encontrou as forças do mal circulando ao seu redor e tentando destruí-lo. Ele não acreditava que isso ia acontecer e, infelizmente, eles o colocaram dentro de um pesadelo.

Valmai Owens:
Você permaneceu em contato com Michael após o julgamento?

Tom Mesereau:
Inteiramente e por cerca de nove meses depois ele se mudou para o Bahrain. Susan Yu e eu estávamos ajudando ele, mas ele estava conversando com Susan muito mais do que comigo. Ajudamos por cerca de nove meses com a transição e depois passamos para outras coisas.

Valmai Owens:
Como você acha que sua vida tem sido afetada por Michael? O que você lembra mais dele?

Tom Mesereau:
Bem, como eu disse antes, o que mais me lembro é alguém muito, muito gentil, uma pessoa decente, sensível. Um de seus grandes dons era fazer uma diferença positiva no mundo. Ele poderia ter sido mais egoísta. Ele poderia simplesmente ter alugado uma casa na Riviera e partido quando quisesse. Ele poderia ter sido puramente egocêntrico, mas isso não era o jeito que ele queria viver. Ele sentiu que Deus havia lhe dado dons maravilhosos e um sucesso maravilhoso, e esperava para mudar o mundo de uma forma positiva. Eu acredito que ele fez isso.

Valmai Owens:
Bem, eu concordo certamente com isso. Tom, o MJTP e todos os fãs apenas quereremos lhe agradecer por acreditar em Michael, e por todo o maravilhoso trabalho humanitário que você faz. Nós o amamos e respeitamos muito, e lhe agradeço por gastar o seu tempo para fazer essa entrevista comigo.

Tom Mesereau:
Bem, muito obrigado. Sinto-me honrado e privilegiado por falar com você sobre tudo isso e eu desejo a todos o melhor. Ele era uma pessoa muito especial, e eu sempre tenho dito repetidamente que ele era uma das mais bonitas, mais amáveis ​​pessoas que eu já conheci. Eu sempre digo isso porque é verdade.